14 novembro 2024

[RESENHA] O silêncio do mangue | @lucassntn | @editoranaci | Páginas: 352 | Ano: 2024 | Indicação: 18+ | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️


A obra “O silêncio do mangue” tem um prólogo denso e que já deixa o leitor sem ar, pois conseguimos sentir a dor/desespero da personagem. O corpo de uma famosa drag queen, é encontrado nas águas turvas do mangue. O investigador do caso, Tibério Ferreira é marcado por inúmeros eventos traumáticos e os fantasmas deles assolam a sua mente.

O escritor Lucas Santana foi uma grata surpresa. A sua história é necessária, de relevante impacto social e com uma abordagem diferente, no que tange a comunidade LGBTQIAPN+. Santana ganhou todo o meu respeito e admiração. Que baita romance new adult!

“O ar, já abafado, quente e pesado, ficou ainda mais. Ele mal conseguia respirar. A visão de repente ficou turva e nos ouvidos só escutava o coração que retumbava. Caminhou tateando as raízes dos manguezais: tremia, as mãos e as pernas. Parecia que estava outra vez naquele pesadelo.”

Para piorar a situação do investigador, novos cadáveres aparecem e um grupo intitulado como Gayrrilha, se levanta com a promessa de vingar os anos de negligência e violência sofridos pela comunidade LGBTQIAPN+. O caos é instaurado rapidamente na cidade e é necessário uma urgente intervenção de Tibério Ferreira e sua equipe. Ele terá saúde mental para lidar com todos esses acontecimentos? Leiam!

Os personagens são repletos de profundas camadas, com marcas latentes e uma necessidade de libertação. Passado e presente se misturam com uma urgência de respostas!

“O dia em que decidira m4t4r o demônio foi o dia em que os deuses da natureza decidiram salvá-la. Foi numa noite chuvosa, cheia de trovões.”

O que falar do epílogo? Simplesmente, fechou com chave de ouro. As temáticas abordadas não são fáceis de serem digeridas, porém não podemos romantizar na sociedade o preconceito, as falas homofóbicas e qualquer tipo de violência. Que as lantejoulas douradas estejam apenas nas roupas e não nas páginas policiais mostrando 4ss4ss1n4t0s da comunidade LGBTQIAPN+. Uma utopia, mas que almejo que se torne realidade!

12 novembro 2024

[RESENHA] Marcada (volume 2) | @harperlwoodsauthor | @editorafarooficial | Tradução: Luciana Dias | Páginas: 256 | Ano: 2024 | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️


Como se erguer para reconstruir o mundo? É o que a nossa protagonista Willow busca em “Marcada”. O primeiro volume “Coven” terminou me deixando desesperada por essa continuação. Sombras, traição, amor obsessivo, magia, anjos e demônios encontramos no enredo e mergulhamos em uma história profunda, intrincada e com elementos fantásticos bem estruturados.

Willow foi marcada pelo destino muito antes de nascer e foi traída pelo homem que amava. Como seguir diante da ruína do Coven?

“Ele foi a dissimulação à espreita na noite; a verdade que não previ. Depois de uma vida de manipulação, finalmente soube a verdade. Eu era sua marionete — mesmo sem nunca ter visto as cordas.”

Li inúmeras críticas sobre os personagens Grayson e Willow. Exemplos: que o relacionamento era t0xico, muitas cenas de s3x0, que a jovem não tinha amor próprio, que ele era um macho alfa 4bus4d0r e por aí vai…Gente, o cara é o d3m0n10, o que esperar dele?

“Quem é que consegue dormir enquanto o d14b0 observa?”

A moça mesmo vivenciando a dor da traição, não consegue romper o vínculo/desejo com Gray. Eles estão unidos por uma força bem maior que amor x ódio.

Gostei de acompanhar as bruxas sobreviventes sedentas por justiça, os novos personagens são ótimos para a trama e a magia de Willow se tornou um ótimo complemento para a sua vingança. Ela se vingará de Lúcifer? Leiam!

Se eu passei pano para Gray? Não só passei como adquiri inúmeras fancas. Tem tecido avulso, de rolo, de metro, no quilo e para todos os gostos. O universo é fantástico e se fosse na realidade, as coisas seriam totalmente diferentes. Afinal, homens 4bus4d0r3s não terão vez, né!

A obra encerrou com singularidade e deixou um gancho para um possível novo livro. Tomara!

10 novembro 2024

[RESENHA] O tatuador de Auschwitz | @heathermorrisauthor | @planetadelivrosbrasil | Tradução: Carolina Caíres Coelho e Petê Rissati | Planeta | Páginas: 240 | Ano: 2024 | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️


A obra “O tatuador de Auschwitz” é um best-seller mundial e que deu origem à série. Eu confesso que não sabia da existência dela, porém quero assistir. Depois conto para vocês o que achei.

Heather Morris construiu um romance histórico profundo e que aborda a coragem das pessoas que ousaram enfrentar o sistema da Alemanha n4z1st4. A temática gu3rr4 é repugnante, horrível e cruel, porém não podemos esquecê-la e jogá-la por debaixo dos panos. A realidade é dura, mas até nas situações de horror, o poder do amor ultrapassa campos de concentração, muros e cercas.

Na história somos apresentados para os jovens, Lale Sokolov e Gita Fuhrmannova, eles são judeus eslovacos e se conheceram em um dos mais terríveis lugares que a humanidade já viu: o campo de concentração e extermínio de Auschwitz. Dá arrepios pelo corpo só de imaginar o que as paredes desse m4ld1t0 lugar tem para nos contar.

Já no campo, Lale, foi incumbido de tatuar os números de série dos prisioneiros que chegavam. Que coisa mais triste ser marcado como um gado.

“A tatuagem levou apenas alguns segundos, mas o choque de Lale faz o tempo parar. Ele segura o braço, encarando o número. Como alguém pode fazer isso a outro ser humano? Ele imagina se, pelo resto da vida, seja ela curta ou longa, ele será definido por este momento, este número irregular: 32407.”

A relação desenvolvida entre Lale e Gita, se torna singular, pois só o amor age como remédio para dor, para as injustiças e fortalece o ser para sobreviver. Sobreviver ao Holocausto é algo impossível de acontecer, porém a obra ficcional com testemunho real, nos mostra que é possível.

“Ele sente os olhos rasos d’água e segura as lágrimas. É o amor mais profundo que ele já sentiu.”

Lendo o livro pude sentir os gritos ecoados, as lágrimas caindo em silêncio e a dor absurda de cada personagem. Eles desejavam apenas viver mais um ano, um mês, uma semana, um dia, um minuto, um segundo…apenas mais um segundo!

Por fim, a narrativa é emocionante, dramática e intensa. Ela mostra a importância de ser resiliente, de manter a esperança e de construir relações humanas sólidas. Que nunca mais na história do mundo tenhamos um lugar como Auschwitz e que em nossos corpos sejam tatuados apenas o amor!

09 novembro 2024

[INDICAÇÃO] Sete dias em junho | @tiawilliamswrites | @veruseditora | @editorarecord | Tradução: Carolina Candido |Páginas: 350 | Ano: 2024


Boa noite, amorecos! Hoje indico a obra “Sete dias em junho” da maravilhosa Tia Williams. Sete dias para se apaixonar, quinze anos para esquecer e sete dias para recuperar tudo de novo... profundo, hein?

Sinopse:

Eva Mercy é mãe solo, escritora best-seller de livros 3rót1cos e se sente muito pressionada por todos os lados. Shane Hall é um romancista recluso, enigmático e premiado que, para surpresa geral, aparece em Nova York.

Quando Shane e Eva se encontram em um evento literário de forma inesperada, faíscas surgem, mexendo não apenas com os traumas enterrados dos dois, mas também com as opiniões dos literatos negros. O que ninguém sabe é que quinze anos antes, os adolescentes Eva e Shane passaram uma semana louca e tórrida, completamente apaixonados. Eles podem fingir que não se conhecem, mas não podem negar a química que existe ― nem o fato de que seus livros foram escritos um para o outro ao longo dos anos.

Nos sete dias seguintes, em meio a um verão quente no Brooklyn, Eva e Shane se reconectam, mas Eva não consegue confiar no homem que um dia partira seu coração e o quer fora da cidade para que a vida dela possa voltar ao normal. Antes que Shane desapareça, Eva precisa de algumas respostas...

Com suas observações aguçadas da vida criativa nos Estados Unidos, bem como as alegrias e complicações de ser mãe e filha, Sete dias em junho é uma história hilária, romântica e s3xy sobre como dois escritores podem ter uma segunda chance no amor.

—🔥—

Eu adoro livros que os personagens são escritores ou que aconteçam no meio literário. O romance é moderno, arrebatador, com protagonismo negro e que aquece o coração. Leiam!

08 novembro 2024

[RESENHA] Profissão amante | @jessicamilato | @editorahope | Páginas: 150 | Ano: 2019 | Indicação: 18+


A obra “Profissão amante” nos conta a história de Alícia. Ela foi traída pelo noivo, teve os seus sonhos quebrados e resolveu mudar drasticamente o rumo da sua vida. A moça deixou tudo e todos para trás. Sabe qual profissão rentável e estável ela arrumou? Amante profissional!

“Por falar em fidelidade, esse meu sonho de ser uma Amélia foi todo destruído por uma infidelidade do meu então noivo Luan.”

Morando em outra cidade, a jovem, vive uma vida de glamour, com viagens de primeira classe, status e regada dos melhores champanhes, porém ela recebe uma ligação importante de sua mãe e precisa retornar à sua cidade. E agora? Será que descobrirão os seus segredos?

A escritora Jéssica Milato construiu uma história ousada, com muito 🔥no parquinho, traição e chantagens. Podemos acompanhar os dramas familiares, os processos de mudança da protagonista, mentiras e as relações amorosas variadas.

“— Se cuida filha. Queria tanto poder passar mais tempo com você. Me parte o coração ver você aqui sozinha e perdendo aula, estágio…”

Não é fácil enfrentar os nossos fantasmas internos e Alícia foi uma sobrevivente. Os nomes dos personagens masculinos, não são tão habituais em livros, como Arlindo e Joemilson. Aqui em casa está precisando de uma reforma e “Joe” para os intímos, poderá fazer um bom trabalho, hehe!

Por fim, gostei do fechamento da narrativa e indico para quem gosta do gênero. Já conhecia?

06 novembro 2024

[RESENHA] O bárbaro - Arma de esmagar: Volume 2 | @michaelmoreci | Ilustração: Nathan Gooden | Cores: Addison Duke | Tradução: Delfin | @editorafarooficial | Selo: @poseidoneditora | Páginas: 160 | Ano: 2024


O primeiro volume da GN “O bárbaro” me deixou em êxtase e aguardando ansiosamente pela continuação. Ela veio, eba! Ledo engano o meu, ao pensar que seria com menos sangue. Eleve a potência da sua imaginação no quesito “mar Vermelho”.

“Você não acreditaria nas coisas que eu fiz, Soren. Eu m4t3i homens enquanto dormiam, m4t3i alguns que pensavam que eram meus aliados, e m4t3i quando nem estavam olhando. Eu fiz inúmeras viúvas e inúmeros órfãos.”

No segundo volume acompanhamos Owen e seu companheiro mágico (machado). Docilidade e bondade? Está frio…bem frio!

As ilustrações estão tão reais que podemos sentir toda a frieza das batalhas e o sobrenome do nosso bárbaro é encrenca, pois nunca vi um para-raios tão intenso para atrair confusão. Os outros personagens são importantes para a narrativa e aguçam a nossa curiosidade ao virar a próxima página.

O colorista Addison Duke utilizou cores quentes e que deram vivacidade para a Graphic Novel.

A obra está dividida em três capítulos totalmente intensos e com um capítulo extra “As lâminas ceifadoras” que ficou muito show. Eu já estou novamente esperando, por mais confusão desse bárbaro beberrão.

A pergunta que não quer calar: como pode um homem obrigado a fazer o bem entregar‑se a tanta violência? Leiam!

Informativo: A série, será adaptada pela Netflix, com produção de Michael Bay, em parceria com a A+E Studios e com Sam Claflin e Patrick Stewart no elenco principal, Sheldon Turner como roteirista e produtor executivo da série, conta com referências que flutuam entre figuras como Conan e Gêngis Khan.

Quem aqui já assistiu Conan, o Bárbaro? Nostalgia bateu forte!

02 novembro 2024

[RESENHA] Uma pitada de sorte | @gbbaldassari | @editoranaci | Páginas: 296 | Ano: 2024 | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️


E se um livro te indicasse uma pessoa? A obra “Uma pitada de sorte” nos apresenta Amélia, uma jovem chef de cozinha que busca sucesso dentro da alta gastronomia, porém ela teve uma entrevista de emprego desastrosa e a lista de seus fracassos só aumentam. No quesito amor tudo está um fiasco e a jovem decide colocar um bilhete com o seu e-mail dentro de um livro, pois iria vendê-lo em um sebo. Será que a nossa chef de cozinha terá uma pitada de sorte para encontrar a garota dos seus sonhos?

“Olhei outra vez o relógio. Quase quatro horas. Resolvi começar um livro novo recém-comprado: A menina que roubava livros.”

Gisele e Bruna construíram um romance sáfico nostálgico, com personagens carismáticos, gastronomia deliciosa e um passeio pelo gostoso inverno de Buenos Aires. A troca de e-mails também é essencial para a história e é impossível parar de ler.

As referências de livros e filmes complementam a história e no final encontramos deliciosas receitinhas.

“Soltei um suspiro antes de abrir a porta e ouvir o sininho anunciando a minha entrada. O cheiro de café misturado ao de papel me trouxe uma sensação boa de aconchego e, pela primeira vez em dias, me senti calma.”

Por fim, indico a leitura para todos os leitores, pois encontramos a alta gastronomia, protagonismo feminino e amizades verdadeiras.

Quando o gosto literário faz toda a diferença na vida de alguém, pode surgir um romance que vai além de uma pitada de sorte. Gostou?

01 novembro 2024

[RESENHA] Um verão inesquecível | @saraconfino | @editorafarooficial | Tradução: Carlos Szlak | Páginas: 288 | Ano: 2024 | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️


Que história simplesmente deliciosa. Quando a sua maior punição se torna a sua verdadeira libertação, é o que encontramos na obra “Um verão inesquecível”. Que jornada linda de autodescoberta!

No auge da década de 1960, a jovem Marilyn, foi flagrada beijando Daniel, o filho do rabino. Já pensaram no escândalo perante a congregação? Para “reparar” o erro, Daniel, comparece na casa da moça para pedi-la em casamento, porém ela não aceita. Seu pai indignado e como forma de punição, a envia para passar um verão sob o olhar atento da tia-avó, Ada Heller. Uma relação que tinha tudo para dar errado e que foi uma das narrativas mais belas dos últimos tempos.

“Como eu disse, não tenho tempo para disciplinar você. Então, você vai se comportar ou vai voltar direto por aquele trem. E pelo que fiquei sabendo, você não quer isso, e os seus pais também não querem.”

Sara Goodman conseguiu através das palavras aquecer o meu coração e desejar que eu tenha um próximo verão inesquecível. Tomara!

Tudo é interessante na narrativa, com uma ambientação singular, bem humorada e com temáticas sérias casando perfeitamente, como o encontro de almas gêmeas.

“Eu prometia que não ficaria, ainda que em geral ficasse para lá de meia-noite. Era um código entre nós duas. Ada nunca demonstraria afeto por mim, mas a sua preocupação era um sinal claro do seu amor por mim.”

Eu passaria horas falando do encontro intergeracional de Ada e Marilyn. As lições de autoconhecimento são incríveis, acompanhar o amadurecimento da moça foi ótimo, a relação de cumplicidade entre elas um primor e o fato de abordar o empoderamento das mulheres, fecha o ciclo com maestria. Ficou o gostinho de quero mais, por favor!

Confino me cativou e creio que irá cativar cada leitor. Você já viveu um verão inesquecível? Como foi? Aguardo o seu comentário!