A obra “Nação tarja preta” é um grande alerta para toda a sociedade, pois retrata a triste realidade da atuação da indústria farmacêutica, conduta duvidosa de alguns médicos e desenfreada dependência dos pacientes. Uma grande b0mba relógio!
Dra. Anna Lembke é professora de Psiquiatria e Medicina de Adicção na Escola de Medicina da Universidade Stanford e chefe da Clínica de Medicina de Stanford. Ela é uma grande referência nas questões de saúde mental, na sua atuação clínica e excelência no ensino. A sua escrita é objetiva, fluida e atinge o público leigo com uma incrível maestria.
“O Brasil está num momento preocupante em relação à prescrição de 0pioides e psic0tropic0s. O país mostra os primeiros sinais de excesso, mas que não chegam a ponto de torná-lo irreversível”.
É assustador, a quantidade de prescrições desnecessárias, pois qualquer dor da-lhe remédio, todos são diagnosticados TDA e médicos ganham comissões com suas receitas. Os remédios se tornam quase que pílulas mágicas, mas sabemos que gerando dependência a magia se transforma em dias sombrios.
Medicamentos são necessários? Claro! O que não devemos esquecer é que alguns ditos profissionais não ligam para a qualidade de vida do paciente e o lucro é o que envaidece sua agenda/preços. Graças a Deus temos profissionais maravilhosos que realizam exames físicos, pedem exames complementares e fazem o principal que é conversar com o seu paciente (realiza a anamnese). O diálogo gera um vínculo na relação médico x paciente.
O meu filho é médico e sempre debatemos sobre essas questões e a importância da humanização/capacitação do profissional.
“Mesmo na ausência de danos aos pacientes, os médicos têm a responsabilidade ética de prescrever os medicamentos de maneira segura e criteriosa e de parar de prescrevê-los quando os riscos da dr0ga superam qualquer benefício que se possa antever.”
Por fim, Lembke com toda a sua experiência, suas pesquisas e estudos nos trouxe com esse livro relatos de pacientes, entrevistas com inúmeros profissionais e familiares, pois saúde mental deveria se tornar uma questão de saúde pública urgente.
Não devemos sobreviver bem e sim viver bem. Já pensou nisso?