17 março 2022

[RESENHA] Segredos escondidos em caixas de sapatos | @felipesali | @grupoeditorialcoerencia | Páginas: 200 | Ano: 2022



A obra “Segredos escondidos em caixas de sapatos” nos conta a história de Ícaro. Ele está concluindo o Ensino médio, joga futebol e escreve em segredo poemas. O jovem esconde seus manuscritos em caixas de sapatos guardando-as embaixo da cama. Porém, ele esconder sua sensibilidade não está lhe fazendo bem. Será que Ícaro se transformará no homem que deseja?

O escritor Felipe Sali nos apresenta não só um livro, mas a força gritante de um autor que construiu tijolinho por tijolinho a sua história. Usou as dúvidas da sua juventude, os conflitos da adolescência, o amor pela escrita, as dificuldades encontradas em ser publicado até o prêmio final: a obra publicada!

Sali “alimentou” Ícaro por doze anos e o que eu posso dizer que super valeu a pena. A estruturação da história ficou excelente, os personagens são marcantes, a narrativa fluida e as temáticas abordadas atuais.

O prefácio foi escrito com maestria por Pedro Chagas Freitas e já nos toca profundamente.

O personagem Ícaro (Ick) é um rapaz sensível, inteligente e apaixonante. Por estar na adolescência ele se encontrava meio que perdido. A sensação que tive que ele se achava um grão de arroz diante da grandiosidade do que é o mundo. Não tinha diálogos com o pai, tinha receio de ser chacota na escola, muitos conflitos internos, uma paixão nao resolvida com Samaris e é um ótimo amigo.

“Por muitos anos, associei meu pai ao barulho que as portas fazem. Quando ele voltava do trabalho, eu ja estava deitado no meu quarto e não o via chegando em casa.”

Gostei dos ensinamentos que o querido tio Otávio deu para Ick. Ensinamentos que contribuíram no processo de amadurecimento e do autoconhecimento do rapaz. Jéssica é uma personagem “doidinha”, mas que conquista o leitor. Já Samaris, nutri um rancinho por ela, pois a achei egoista.

“A lembrança da Samaris era como um bichinho que me mordia quando eu não estava fazendo nada. Tentei ocupar minha mente a cada segundo do dia com algo que me distraísse.”

O final da obra é emocionante, aquece o coração e com o amadurecimento de Ícaro creio ele já tenha a resposta do homem que ele deseja ser.


“A tristeza é como chiclete. É necessário mastigar, sentir, sugar o gosto, até o momento em que ela para de fazer sentido e, então, transforma-se em uma massa cinza e sem graça. Aí, sim…você cospe! Joga fora! Entendeu?”

Por fim, eu super indico a obra por tudo que ela representa. Felipe conseguiu colocar pitadas de amor por todos os parágrafos, amei!