31 março 2021

[Resenha] Condessa de Barral: A paixão do Imperador | Editora Pausa | Mary Del Priore | Páginas: 240 | Ano: 2020


A obra “Condessa de Barral: A paixão do Imperador” nos conta a história de Luísa Margarida, de sua família e de Pedro. Tal como descrito nos romances da primeira metade do século XIX, o encontro entre a condessa e o Imperador não foi uma paixão fulminante, e sim um reconhecimento. Cada qual iria significar para o outro um desejo profundamente arraigado.

Mary Del Priore é historiadora e autora de mais de 50 livros de História do Brasil. Com mais de vinte prêmios literários nacionais e internacionais, entre os quais três Jabutis, participa de um programa na rádio CBN, “Rios de História”, colabora com jornais e revistas acadêmicos e não acadêmico. É uma autora brilhante, escreve com português rebuscado e gostoso de ler. A construção da narrativa é ímpar!

“O que os levava de volta ao Brasil era o pó doce e branco: o açúcar. Os preços tinham voltado a subir, desde o final do século XVIII, e houve uma expansão da produção.”

“Luísa era mulher, feminista, perfumada, elegante. Enfim, tudo o que Teresa Cristina não representava, pois a melancolia murchara seu rosto e as lágrimas lhe enfeavam.”

“Se a vida é uma sucessão de épocas, um jogo de idas e vindas com altos e baixos, Luísa investiu a sua de muitos significados. Tornou-a um palco para as suas “cambalhotas”. Ou um espaço onde desenvolveu uma maneira toda sua de criar e de amar.”

O livro aborda eventos históricos e socioculturais. Poder, política, segredos e a particularidades da vida pessoal dos personagens, como Luísa e o Imperador Dom Pedro II. Luísa era uma mulher inteligente, elegante, educada e que eu creio após ler a obra que ela foi a grande paixão de Pedro. Senti pena dela, pois ela viveu nas sombras de um amor. Porém, entendo que para a época relacionamentos extraconjugais eram julgados por toda a alta sociedade.

Indico a obra para todos que gostam de narrativas históricas. Achei a leitura bem fluida e saber mais sobre Luísa foi culturalmente enriquecedor.