A
obra “Amor é uma palavra como outra qualquer” nos conta a história de Carla,
que organiza toda a sua vida ao redor do amor. Ela faz tudo por amor e constrói
uma imagem de dependência total de ser amada pelo esposo, porém certo dia o seu
marido diz adeus e a deixa totalmente devastada. Ele parte para viver com outra
mulher e o seu amor perfeito de filmes românticos cai por terra. Para piorar
toda a situação de Carla, o corpo de sua funcionária está no chão de sua sala,
sem vida. Um aparelho celular, um bilhete e um corpo na entrada do apartamento,
leia e descubra como a palavra amor pode ser como outra qualquer, topa?
Eu
não conhecia o escritor Francisco Castro e me encantei com o estilo de
narrativa dele. Castro é editor e escritor, atualmente CEO da Editorial
Galaxia. Possui uma longa história e seu trabalho destaca inúmeros livros. Ele já
recebeu praticamente todos os prêmios literários de Galicia e algumas de suas
obras entraram na prestigiosa Lista IBBY, que reconhece os melhores livros do
mundo no campo da literatura infantil e juvenil.
Quando
escolhi o livro para ler eu estava bem crente que o livro seria autoajuda e
tive uma enorme surpresa, pois a obra envolve mentiras, segredos, amor próprio,
relacionamentos, assassinatos, descobertas e livre arbítrio.
“Carla
não pensa muito nessas coisas ou em qualquer tipo de coisa, muito menos quando
coloca os fones do celular e se isola com sua música, como uma adolescente (o
que não é, ela já está casa dos quarenta);
quando coloca seus fones de ouvido em um volume insalubre, buscando, e
provocando a si mesma, uma certa forma de inconsistência.”
A
personagem Carla é uma mulher que deveria ser madura, porém a busca pelo amor e
pelo príncipe encantando a fez ficar carente de afeto. Seu ex-marido não a
elogiava, não era carinhoso e não dialogava com ela e esse fato a deixou com o
amor-próprio totalmente abalado e com a chegada do personagem Cesar não só a sua
vida muda, mas o seu interior e a sua percepção do que de fato é o amor.
“Foi
por isso que ela tivera tanta dificuldade em assumir que já não o era. Que já tinha
acabado. Que não havia mais chocolate. Que a chocolataria tinha se quebrado.”
Super
indico a obra, pois a escrita de Francisco Castro é ímpar, diferente e consegue
bagunçar nossa sequência lógica das coisas. Uma escrita madura, personagens bem
construídos e reflexões necessárias. Passei a achar também que o amor é como
uma palavra qualquer, pois o que vale são os sentimentos, respeito,
companheirismo, harmonia, liberdade e a felicidade em amar a si mesmo.