07 maio 2024

[RESENHA] País infinito | Patrícia Engel | @novoseculoeditora | Colaboradora: Joseli Medeiros | Páginas: 209 | Ano: 2024 | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️


No livro “País infinito”, vamos acompanhar a jornada de uma família colombiana, que se mudou para os Estados Unidos, em busca do tão desejado sonho americano.

Talia é a filha mais jovem de um casal que foi para os Estados Unidos, para melhorar de vida e providenciar um futuro mais seguro para seus filhos. O casal e sua filhinha chegam na terra do tio Sam, mas nem tudo é como eles imaginavam.

“Se você tivesse passado por ela em um carro enquanto a garota andava, pequena em seu uniforme folgado de cativeiro, com uma expressão mais perdida do que determinada no rosto, poderia não ter pensado que ela fosse uma fugitiva da escola para garotas más na montanha, o lugar onde se dizia que reformavam criminosas em formação.”

A obra é narrada de uma forma tão íntima que a gente fica apreensivo e torcendo para que as coisas melhorem. Talia por cometer um ato no impulso, acaba sendo enviada a um reformatório para garotas, ela arma uma fuga, e sua única esperança é conseguir chegar na capital Bogotá, para pegar sua passagem para os Estados Unidos e reencontrar sua mãe e seus irmãos mais velhos, que ela não vê desde bebê.

Mas para isso ela terá de enfrentar um caminho perigoso sozinha, além de que quando chegar em Bogotá, terá de se despedir de seu pai, a única família que ela conhece, pois ele foi deportado e não pode voltar para os Estados Unidos onde sua esposa e os dois outros filhos vivem.

“Talia considerou como as
pessoas que fazem coisas horríveis podem
ser vítimas, e como as vítimas podem ser
pessoas que fazem coisas horríveis.”

Entre decisões difíceis, porém necessárias, vamos ver toda uma família dividida, que luta para um dia poderem estar juntos, e não precisarem mais passar tantas dificuldades.

O pai de Talia precisa superar o alcoolismo para criar a filha bebê e a mãe dela precisa trabalhar dobrado para garantir o mínimo de dignidade para ela e seus dois filhos, além de precisar mandar dinheiro para a Colômbia e ajudar a filha mais nova.

São vários embates, dificuldades, eles enfrentaram a pobreza, o preconceito, e muitas 4gr3ssõ3s gratuitas, só porque são imigrantes. Triste, né?⁣
Uma das melhores leituras que fiz esse ano. Densa, emocionante, cru3l, porém bem real!