Minha Nossa Senhora das palpitações…que livro é esse? Eu nunca havia visto um título casar tão bem com a história quanto esse, pois o enredo é brutal, dramático, subterrâneo, assombroso, gélido, intenso e arrepiante.
A vida tem seus nuances e também tem seus pontos de oposição. É triste ter que lutar pela sobrevivência na adolescência, passar fome, frio, ficar desabrigado, sofrer violência e tomar decisões como um adulto. Diante do cenário destruidor podemos encontrar a beleza da natureza, os laços de amor entre irmãos, o poder da paixão, o vínculo da amizade e do acolhimento.
“Parece que a maioria das pessoas não acredita mais em bem e mal. Sorriem de um jeito engraçado se você fala com elas sobre essas coisas. Como se você assistisse a filmes demais, ou alguma coisa assim. Mas eu posso dizer, o mal é real. Vi a cara dele.”
A escritora Cory Anderson estreou com maestria, pois sua narrativa nos joga no chão, manda uma chuva de realidade e a cada página virada fica um nó na garganta. Se é assim no primeiro, o que Anderson fará conosco nos próximos?
“— A vida é um labirinto. Você entende? Cada momento é uma curva. O padrão já está lá. O caminho de uma pessoa pelo mundo. Os ângulos e as curvas. Becos sem saída. Você está nesse emaranhado desde que nasceu. Pode se perder. Não pode? Fim, começo, meio. Você pode se desviar.”
Os personagens foram muito bem construídos, a edição está lindíssima, na abertura de cada capítulo tem ilustração e pensamentos de Ava (leiam com atenção, pois serão importantes no decorrer da narrativa).
Por fim, a vida é muito além de experiências, dores, amores, decepções, medo e alegria. Ela é um moinho em constante movimento!
Por fim, a vida é muito além de experiências, dores, amores, decepções, medo e alegria. Ela é um moinho em constante movimento!