15 outubro 2020

[Resenha] Um Amor Incômodo | Elena Ferrante | Intrínseca

Delia volta a sua cidade natal, Nápoles, para o enterro de sua mãe, Amalia, que foi encontrada morta em um rio, apenas com um sutiã sensual. A causa da morte foi afogamento, o que leva todos a acreditarem em suicídio, mas tudo por trás do ocorrido é estranho demais. E Delia vai precisar voltar ao passado e tentar entender tudo o que aconteceu com sua mãe.


"Durante o funeral, fiquei surpresa ao me flagrar pensando que finalmente não era mais obrigada a me preocupar com ela."

A relação de Delia com sua mãe não era nada boa. Ela a amava, mas a odiava muito mais. Durante toda leitura vemos a luta da personagem tentando entender a mãe e a sua própria história. Vemos como ela tenta ao máximo não enxergar a mãe em si mesma, mas parece que isso é impossível.

"Eu estava tão decidida a me tornar diferente dela que perdia uma a uma as razões para me parecer com ela."

As lembranças perseguem a personagem em toda a parte. Ela se lembra do sofrimento de sua infância, com seu pai batendo em sua mãe; Amalia tendo comportamentos questionáveis com um homem chamado, Caserta; E daquele porão escuro, que causou todos os problemas. As lembranças as torturam e se misturam com a realidade.

"A infância é uma fábrica de mentiras que perduram no imperfeito."

Ferrante é muito detalhista e parece se preocupar com os mínimos detalhes. Além disso, a história transita entre o presente e o passado, através da memória e pensamento da personagem. Fato este que muitas vezes me deixou confusa sem entender o que exatamente estava acontecendo.

Essa é uma leitura que precisa ser lida com muita atenção, pois ela é toda em fluxo de consciência. Cada detalhe da obra é muito importante e tem um significado para um entendimento completo.

Me digam nos comentários se já leram alguma obra da autora e se gostam do estilo de escrita dela.

Elena Ferrante é o pseudônimo de uma escritora italiana, cuja identidade é mantida em segredo. Especula-se que seja uma tradutora. A autora concede poucas entrevistas, todas elas por escrito e intermediadas pelas suas editoras italianas.