A
obra “A casa holandesa” nos conta a história da família de Cyril Conroy, que após
a Segunda Guerra Mundial, entra no ramo imobiliário e cria um negócio que se
tornará um império. A família irá da pobreza a uma vida de opulência, porém
algo que seria uma surpresa maravilhosa para a esposa acaba desencadeando o
esfacelamento de toda a estrutura familiar. O que será que houve de tão grave?
A
escritora Ann Patchett foi uma grata surpresa, pois foi uma das histórias que
conquistou o meu coração durante 2020. Que narrativa grandiosa, rica,
ambientação perfeita e que dá muita vontade de estar dentro da Casa Holandesa.
Que lugar incrível!
A
história é narrada pelo Danny, filho
de Cyril. Ele e sua irmã Maeve são expulsos pela madrasta da casa onde
cresceram e voltam para a pobreza. A relação entre eles é especial e contam
apenas um com o outro.
"Existem
momentos na vida em que damos um salto, e o passado que nos sustentava até
então sai de trás de nós e o futuro onde pretendíamos aterrissar ainda não está
em seu lugar, e por um instante ficamos suspensos, sem reconhecer nada nem
ninguém, nem a nós mesmos.”
Gente,
que raiva da madrasta, pois tudo que ela podia fazer para infernizar a vida dos
irmãos, ela fazia. Ranço eterno! Os personagens são ótimos, distintos, fortes e
cheios de histórias de vida, por exemplo, Maeve é autoconfiante e muito franca;
a personagem Fofinha é a minha preferida! Que poço de doçura emana dela!
“Olhamos
para o passado pela lente do que sabemos agora, então não o vemos como a pessoa
que éramos, vemos com os olhos das pessoas que somos hoje, o que significa que
o passado foi radicalmente alterado."
Os
temas abordados no livro são densos, como: abandono, conflitos familiares,
mágoas, herança, fraternidade, amizade, amor, lembranças e perdão. Deixar de
lado o rancor não é tarefa fácil, mas às vezes é necessário para o nosso
amadurecimento. E os personagens evoluem mesmo não sendo nada fácil superar o
passado.
“Eu
sentia a casa inteira sentada sobre mim como uma concha que teria de carregar
pelo resto da vida.”
Por
fim, indico a obra com louvor, pois cada detalhe da história marca o coração,
as reviravoltas são excelentes, os personagens marcantes e ver o destino agindo
é algo sublime. Leiam!