30 setembro 2020

[Resenha] A Última Festa | Lucy Foley | Intrínseca

A obra “A Última Festa” nos conta a história de nove amigos que sempre comemoram o réveillon juntos, porém algo sinistro irá acontecer e apenas oito voltarão para casa depois da festa. As divergências já começam na viagem de trem e o grupo percebe que o que há de comum entre eles além de um passado, feridas que nunca foram cicatrizadas e segredos altamente destrutivos. Em meio à grande festa, o elo arrebenta. Alguém está morto e uma nevasca forte impede o resgate. O assassino está entre eles, pois ninguém pode entrar ou sair. Não é alucinante? Leia e descubra quem é o assassino e os motivos que levaram amigos se tornarem inimigos!

Lucy Foley construiu uma narrativa empolgante, cenário perfeito para curtir e também propício para um crime. Gostei da escrita da autora, a forma na qual ela criou todo o suspense e interessante ver quer por muitas vezes podemos estar ao lado de pessoas tóxicas e de amizades altamente letais.

“Algumas pessoas, submetidas a determinada pressão, fora dos ambientes aos quais estão habituadas e nos quais se sentem confortáveis, não precisam de muito incentivo para se transformar em monstros.”

A história é contada em flashbacks a partir das perspectivas dos vários personagens. Esse encontro entre passado e presente é interessante e deixa o leitor apreensivo, pois não sabemos quem matou ou quem é a vítima. Qualquer um pode ser suspeito. Adorei o clima de mistério, tensão e poder ver o pior lado do ser humano.

"Jamie acreditava que as pessoas são basicamente animais civilizados. Que os instintos básicos ficam escondidos sob uma camada de verniz social; sufocados, controlados. Mas que, em momentos de estresse, mesmo não tão grandes, nosso animal interior tem a chance de irromper."

Como a obra gira em torno do crime, assassino e amigos, não posso contar muito sobre os personagens, pois uma característica mais forte já evidenciaria o suspeito. Vi que algumas pessoas criticaram o final por achar pontas soltas, mas eu gostei da forma como foi encerrado.

“Ás vezes a solidão é a única maneira de recuperar a sanidade.”

Indico a leitura para os amantes de thrillers, mas não esperem algo que seja fenomenal. A autora nos deixa pensativa: tempo de amizade pode ser considerado sinônimo de melhores amigos?