A
obra “Entre Cabul e a Dança das Borboletas” nos apresenta uma viagem por
diversos países, aborda relações familiares e também o romance entre Maria e João.
Um romance intenso, porém por ser casado e pai de dois filhos, eles vivem como
amantes. Um romance instigante, emocionante, reflexivo e que faz brilhar os
olhos diante da narrativa.
A
escritora Karina Manasseh tem a escrita fluída, bem fundamentada, com ambientação
perfeita, personagens fortes, lições de vida e que trouxe para a obra uma
narrativa ímpar. Creio que pelo fato de Manasseh ser jornalista e pela sua experiência,
o conjunto da obra tenha encaixado em toda a construção da narrativa.
Maria
é independente, bem-sucedida, diplomata e devido ao seu cargo realiza inúmeras
viagens por diversos países para ajudar nos conflitos. Ao viajar por um desses
países conhece o advogado João e se tornam amantes. Eu não consegui gostar de
João, pois a meu ver ele é egoísta e fica iludindo o coração de Maria.
"Existem
momentos e circunstâncias na vida em que tudo muda, todas as verdades vão por
água abaixo, o paradigma é alterado para sempre."
Em
busca do seu Eu interior e paz de espírito, Maria, parte para Cabul,
Afeganistão. A obra é tão profunda que aborda muitos temas, como: viagens, suicídio,
gastronomia, arte, cultura, ideologias, história, política, amor, economia,
solidão, relacionamentos, desencontros, ciúmes, conflitos, aceitação, ressignificação
e libertação.
“Maria,
às vezes é preciso reconhecer que não estamos felizes para podermos escolher
outros caminhos. Será que não está na hora de você voltar para casa? Já passou
tanto tempo, filha, seu irmão... – e interrompeu a frase pela metade, olhando
para o fundo da xícara de café.”
Na
abertura de cada capítulo tem uma carta de João para Maria e com elas podemos
conhecer as particularidades do relacionamento entre os amantes, pois a
narrativa é contada sob o ponto de vista de Maria.
"Eu
preciso ser honesta comigo mesma, buscar minha estrela, minha dança, minha
vida. Não posso continuar vivendo a tua."
Por
fim, o desfecho da obra é singular, pois é possível ver a metamorfose que Maria
passou e o seu voo esplêndido final. O título faz todo o sentido em relação à
narrativa e o ciclo finda com maestria. Convido-te para ler e sentir a dança
das borboletas em seu estômago!