Que sensibilidade magistral! A obra “O colibri” é um romance único diferente de tudo que já li. O escritor Sandro Veronesi venceu por duas vezes o Prêmio Strega e a explicação é que ele é um gênio da ficção italiana.
O livro é ambientado em Florença e outras pequenas cidades italianas. Ele conta a história de quatro gerações da família Carrera. O ponto de vista é o de Marco, filho médico do casal Letizia e Probo, irmão de Irene e Giacomo, pai de Adele e avô de Miraijin. Uma saga familiar incrível e que arrebata o coração.
“Ela sempre mentira para ele, é verdade, e isso é ruim, é péssimo, porque a mentira é um câncer e se propaga, e se enraíza, e se confunde com a própria substância que corrompe — mas ele havia feito algo pior: acreditara nela.”
A narrativa é um mergulho na mente humana, nas relações interpessoais, questões geracionais, saúde mental, fragilidades, superações, resiliência, vida e m0rt3. O que realmente nos define?
Eu achei genial a história ser contada transitando dos anos 70 aos dias atuais. E os meios empregados na narrativa foram excelentes: documentos, cartas, ligações telefônicas, e-mails e conversas de WhatsApp. A parte das cartas foram as mais tocantes, reveladoras e profundas. Amei!
“Há seres que passam a vida se esfalfando com o objetivo de avançar, conhecer, conquistar, descobrir, melhorar, para depois perceberem que não fizeram outra coisa a não ser buscar a vibração que os lançou no mundo: para eles, o ponto de partida e o ponto de chegada coincidem.”
Por fim, a obra conquista, envolve, mostra a sensibilidade em todas as suas esferas e como um colibri que é pequeno e sensível, nos mostra toda a sua força, renovação e delicadeza nas nossas relações. Super indico!
