12 junho 2019

[Resenha] | Uma Mulher na Escuridão | Charlie Donlea | Faro Editorial



Em “Uma Mulher na Escuridão” temos a investigadora forense Rory Moore que após limpar o escritório de seu falecido pai, encontra pistas e documentos ocultados da justiça e a faz mergulhar num caso ocorrido 40 anos atrás. Cinco mulheres desaparecem e o predador, apelidado de Ladrão, fora preso acusado do assassinato de Angela Mitchell. Enquanto Rory começa a reconstruir os últimos dias de Angela, outro assassino emerge das sombras, replicando o mesmo modus operandi daqueles assassinatos. A investigadora precisará traçar elos entre passado e presente, porém as descobertas podem ser ainda piores e assustadoras.

Donlea tem o poder de encantar os leitores, pois ao começar a ler a obra se torna impossível parar antes de finaliza-la. A evolução da escrita de Charlie é nítida em comparação com as outras obras que eu li. Totalmente eletrizante, com uma incrível narrativa, ambientação perfeita e temas paralelos abordados.

"- Eu jamais diria algo para Thomas, mas que diabos há de errado com ela? Angela é um pouco... estúpida? Ela é retardada? Catherine virou a cabeça e encarou o marido... - Ela é tudo, menos estúpida, seu idiota. Angela é inteligente de um jeito que você e eu nunca poderemos entender".
A obra possui duas linhas temporais. A primeira em 1979 que nos conta a trajetória da personagem Angela que tem espectro autista e que descobre segredos que são peças fundamentais para o desaparecimento de várias mulheres em Chicago. No presente temos a investigadora Rory, suas peculiaridades e a necessidade de entender a ligação entre seu pai e o acusado de matar Angela, o Ladrão.

Por fim, duas coisas me chamaram bastante atenção na obra que são: Donlea coloca Angela e Rory com a mesma condição do espectro autista, mostra as dificuldades enfrentadas por ambas para lidar com pessoas situações diversas, a inteligência das duas e a singularidade da narrativa brilhante. O segundo fato foi o escritor citar algumas vezes na obra sobre a Cerveja Dark Lord, pois em pesquisa vi que é uma cerveja com características peculiares, ela é vendida uma vez por ano, em um festival chamado Dark Lord Day nos EUA e ao comprar o ticket para o evento a pessoa tem o direito de comprar garrafas em número limitado, de 2-4 garrafas. Achei interessante Charlie citar uma cerveja rara em um contexto de investigação criminal, segredos, personagens fortes, cenas sádicas e mentes perturbadas. Super indico o livro para os amantes de suspense, mistério e uma boa pegada policial.