Genial! É assim que começo a resenha da obra “Dor fantasma” do escritor Rafael Gallo. A narrativa vai além de uma simples história e atinge o leitor de uma forma impressionante. Gallo nos apresenta Rômulo Castelo que é um pianista simplesmente brilhante, porém ele é a personificação do egocentrismo, frieza e arr0gancia. O pianista parece não perceber a existência de pessoas ao seu redor e foca apenas no seu grande sonho que é o de apresentar ao mundo sua interpretação de Rondeau Fantastique, conhecida como a peça intocável do compositor húngaro Franz Liszt. Porém, tudo cai por terra devido a um acidente que o mutila. Como Rômulo irá enfrentrar o desafio? Será que ele se tornará uma pessoa melhor? Leiam!
O escritor Rafael Gallo é uma pessoa instigante, pois criou uma história reflexiva, que desperta inúmeros sentimentos nos leitores (eu tive vontade várias vezes de depilar o protagonista com maçaric0), sofri com Marisa/Franz e confesso que torci por sua real redenção. Será uma utopia? Gallo foi vencedor do prêmio literário José Saramago de 2022 e não poderia ser diferente depois de criar uma obra fenomenal!
“Após a última nota de Funerais, já volatizada, nenhuma outra executada por ele será ouvida em público. “Bravo!”, gritam vozes entre as poltronas, enquanto, no palco, Rômulo se retira. Em seu rosto, o sorriso de um homem triunfante.”
Leitores, eu passaria horas falando adjetivos negativos sobre Rômulo (péssim0 marido, m0nstru0s0 pai, professor eg0ista e muito mais), porém por pi0r que o protagonista seja, ele foi criado por um m0nstr0 que gerou um ainda maior. A sua busca suprema pelo ápice do reconhecimento o tornou indiferente, m0rt0 e parecia não ter um coração batendo no p3it0.
“O que eu mais sinto falta em mim é a parte que me falta.”
Rômulo não sente apenas a dor física (fantasma) devido a mutilação e sim a sua dor fantasma é ainda maior, pois atingiu a alma!