O escritor R. Colini escreve de uma forma única, pois ele tem o dom de inserir o leitor dentro da história e instigar os nossos sentidos, pois conseguimos visualizar, escutar e sentir os cheiros mais fétidos possíveis.
O cenário é denso, brutal, com muitos feridos, mortos, falta de higiene e extrema miséria. O verdadeiro campo de batalha! Como sair da guerra da mesma forma que entrou? Impossível!
O livro é narrada em primeira pessoa e o nosso personagem Ulisses é oficial oficial do Exército Brasileiro. Ele tem a missão de eliminar os sertanejos seguidores do líder religioso Antônio Conselheiro, na guerra que acontecia na Bahia, porém quando se encontra no meio da situação, o jovem vê o outro lado do conflito e as histórias se encontram. O refúgio de Ulisses passa a ser escrever relatando os horrores da guerra.
“Um homem sai da guerra impune, mas não creio que dela saia imune. Ainda que seus rastros surjam sob a forma de pesadelos e noites inquietas; mas isso faz parte do ofício. Contudo, esta guerra extrapola tudo aquilo que o horror poderia supor.”
A leitura coletiva foi organizada pela @lcagcomunicacao e novamente eles lacraram na escolha do tema/autor.
Por fim, este livro contém gatilhos mentais e conteúdos sensíveis. Não recomendo a leitura para todas as pessoas. O posfácio está simplesmente marcante e escrito com uma enorme propriedade por Márcia Lígia Guidin. A nota do autor também bem explicativa fecha a obra com singularidade. Vocês já leram sobre a Guerra dos Canudos? Concordam que as sequelas psicológicas ficam para sempre?
