Aimée de Jongh é uma exímia escritora e quadrinista, pois seus traços são precisos, emocionantes, com cores quentes em evidência, paisagens marcantes e realistas. Por várias vezes me senti dentro de uma grande nuvem de poeira!
“—Você já viu os turbilhões de poeira, né? Às vezes, as pessoas enxergam neles o rosto daqueles que perderam. E nós, a cada nova tempestade…vemos nossas filhas.”
O jovem John Clarke é um personagem que me marcou bastante. Ao embarcar para Dust Bowl, para trabalhar sob o comando da Administração de Segurança Agrícola, que fica nos Estados Unidos, ele vivencia experiências únicas, dramáticas, reflexivas e repletas de ensinamentos. Clark consegue fotografar não só a miséria e sim a alma das pessoas e do lugar. Tive uma enorme vontade de abraçá-lo!
“Eu contaria como a alma humana se erode pouco a pouco depois de dias de areia. Nada disso pode ser captado por uma câmera.”
Eu já conhecia a história da Grande Depressão americana, porém ler com ilustrações me deixou chocada. Triste acompanhar cidades sumindo, moradores sendo dizimados e a vida sendo sugada por tempestade de areia.
“Eu sabia que aquelas fotos não tinham prestado. Tinha poeira demais, é muito pouca luz. Mas na próxima vez eu saberia como lidar com aquilo.”
Por fim, super indico essa GN histórica, com ilustrações e fotografias que marcam o coração do leitor. Por incrível que possa ser, as pessoas que estão em situação de pobreza extrema, ajudam o outro, pegam na mão e compartilham o melhor do ser humano. Muitos deveriam entender o conceito de humanidade!