22 março 2022

[RESENHA] Sadie | @summerscourtney | @plataforma21_ | Páginas: 392 | Ano: 2019 | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️



A obra “Sadie” é um thriller eletrizante, denso e angustiante. A história é sobre o brutal assassinato de Mattie Southern que tinha 13 anos. A sua irmã, Sadie Hunter, decide fazer justiça com as próprias mãos e sai em busca do assassino. A única pessoa que está tentando juntar todas as peças e encontrar com vida Sadie, é o jornalista West McCray.

A escritora Courtney Summers é best-seller do New York Times e a sua narrativa me conquistou por completo. Summers fala de temas como pedofilia e abuso sexual de uma maneira firme, porém não é apelativa na linguagem empregada. Que mulher genial!

Apesar da história ser uma ficção, infelizmente, casos como os das jovens, são mais comuns do que podemos imaginar. A sociedade em geral não pode passar pano para casos de violência. Denunciar é necessário e salva quem está em risco.

“Garotas desaparecem o tempo todo. E não saber é maravilhoso. Eu não queria essa história porque estava com medo. Eu estava com medo do que não encontraria e estava com medo do que encontraria.”

A narrativa está dividida entre o podcast “As garotas” do jornalista West McCray e a narrativa da personagem, Sadie. Eu amei a forma que Courtney construiu toda a história. Essa separação na história ficou excelente, porém bastante angustiante. A cada reviravolta apenas desejava que Sadie fosse encontrada e salva.

A personagem Sadie é uma jovem sofredora e pelas marcas na alma, tornou-se amarga e com espírito de fazer justiça com as próprias mãos. Tudo que a moça precisava era de cuidado e amor. Como desejei que alguém a acolhesse com real afeto. Se já não bastasse todo o sofrimento enfrentado, ela tinha gagueira e era chacota para muitos.

“Mas o amor é complicado, é enrolado. Pode inspirar altruísmo, egoísmo, nossas maiores realizações e nossos erros mais difíceis. Nos une e pode nos separar com a mesma facilidade.”

Por fim, a nota do editor falou tudo o que senti vontade. A obra é impactante, por vezes assombrosa e extremamente real. Quando quem deveria proteger se torna indiferente o grito interno, mesmo que em silêncio ecoa pelo olhar!