27 agosto 2021

[Resenha] O dom da fúria | @markdoesstuff | @editoragutenberg | Páginas: 384 | Ano: 2021 | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️


A obra “O dom da fúria” nos conta a história do adolescente Moss Jeffries, que é um adolescente negro, vive em São Francisco, Califórnia. Ele tem crises de pânico, traumas devido a morte brutal de seu pai pela polícia californiana, autoestima baixa e medo de se relacionar. Moss precisa sair da prisão na qual tornou a sua vida. Será que o jovem conseguirá sobreviver diante de uma sociedade hipócrita e preconceituosa?

Primeiramente, que obra maravilhosa! Eu recebi da Editora Gutenberg a prova antecipada do livro (boneca) para realizar a leitura e simplesmente, estou encantada.

Não pense que este é um livro fofo, repleto de romance e cheio de coraçãozinhos, pois ele é brutal, denso, doloroso e por inúmeras vezes revoltante.

O escritor Oshiro possui uma narrativa impecável, sensível e super necessária. Ele ganhou o meu coração e o livro está nos meus favoritos de 2021.

As temáticas abordadas são: preconceito, amizade, assassinato, luto, adoção, amor, família, opressão, medo, ansiedade, pânico, descoberta sexual e amadurecimento. Todos deveriam realizar a leitura da obra!

“O terror se espalhou, correndo do seu peito para dentro da cabeça, tão avassalador, como se Moss estivesse sob uma cachoeira que fluía ao contrário.”

O personagem Moss é um jovem encantador e mesmo diante de suas dores, ele possui um coração grandioso. E que linda é a relação dele com a sua mãe, Wanda. Ela é amiga, carinhosa, companheira, confidente e parceira para todos os momentos.

“A dor da pancada no queixo o fez gritar de dor e ele se encolheu, uma reação instintiva, uma tentativa de fazer seu corpo o mais pequeno o possível. Mas Moss se sentiu enorme. Sentiu-se o alvo mais óbvio do mundo.”

Mark Oshiro nasceu em Los Angeles. Queer e de origem latina, Oshiro recebeu uma indicação ao Prêmio Hugo por seu conteúdo on-line Mark Does Stuff – onde analisa livros e séries de TV. Quando não está escrevendo, resenhando ou editando, Mark se engaja no ativismo social tanto on-line quanto off-line. Além disso, seu objetivo de vida é poder acariciar todos os cães do mundo.

O dom da fúria é seu romance de estreia na ficção YA contemporânea, e já recebeu diversos prêmios.

Até quando teremos policiais implacáveis e despreparados para lidarem com jovens de periferia? Até quando eles serão tratados como criminosos pelo tom de pele? Até quando? Precisamos ecoar um grito libertador e usar o dom da fúria com sapiência!