A obra “Voladoras” é uma coletânea com oito contos. Os títulos são: As voadoras; Sangue coagulado; Cabeça voadora; Caninos; Slasher; Soroche; Terremoto e O mundo de cima e o mundo de baixo.
Os contos são com temáticas variadas e a narrativa de Ojeda é bem peculiar. Eles abordam a geografia dos Andes, relações de amizade, familiares, sociais, s3xualidade, dor, vida, m0rt3 e vi0l3ncia.
Primeiramente, eu fiquei bem intrigada com o título, pois não conhecia a palavra “voladoras” e o capítulo do conto foi bem revelador.
Ojeda escreve de uma forma tão direta que chega ser assustadora. O horror está presente de uma forma intensa e diferente de tudo que já li.
“A vovó diz que eu tenho uma voz de cincerro, voz de leitão triste. Ela diz que a mami me abandonou e não vai mais voltar. “Ela foi embora porque você tem o cérebro redondo”, explicou. “E suas ideias são atropeladas.”
Com muita sinceridade eu não sei dizer qual conto foi mais tocante, pois eles perpassam camadas e atingem o alvo com uma maestria incrível!
“O frio é uma aranha escura que foge ao amanhecer. Quando o sol nasce, minha pele transpira.”
Por fim, misticismo, regionalidade, cosmogonia, questões geográficas e diversos tipos de relações compõem o livro.
É interessante ressaltar que o horror se torna belo nas palavras de Mónica Ojeda. Contraditório? Não! Apenas poeticamente profundo!
