31 julho 2020

[Resenha] Arrufos: Desavenças de Amor | Caroline Salignac | Editora Portal



Os amigos Cecília Caldas e Jorge Candido fazem uma aposta: se Cecília conseguir casar Maurício Santiago, com qualquer dama até o final do ano, ele teria de se casar com Eugenia, atual melhor amiga de Cecília; mas caso ela não conseguisse casar Maurício, deveria se casar com Jorge, pois ele sempre nutriu um amor por ela.

Após um baile, organizado por Jorge, onde ele convidou apenas damas que sabia que desagradaria Maurício, a convicta Cecília decide que Amélia Monteiro é a escolha perfeita para Maurício, já que os dois têm temperamento e opiniões similares. Com uma aposta tão arriscada e muito a perder, os dois vão fazer de tudo para alcançar o objetivo, não importando o que tenham que fazer.

Amélia e Maurício começam a obra se odiando, brigam a todo o instante, o que acabou criando diálogos e cenas divertidíssimas. Os dois têm pensamentos muito parecidos sobre a abolição da escravatura. E lutam pelos seus ideais, mas cada um à sua maneira. Maurício é mais centrado e reservado, já Amélia está sempre pronta para uma batalha.

"Nada de criticar a sociedade, nem de falar sobre a condição dos escravos, nem sobre as mulheres casadas!  Não fale nada sobre a monarquia, todos que querem que o imperador fique onde está, ouviu? Homens não suportam essas conversas! Seja delicada e um pouco recatada, apenas para atraí-lo, mas nada de ficar a sós com nenhum rapaz, não quero que falem mal da minha filha! Nada de careta, Amélia!"

Outro casal que chama muita atenção na obra é Cecília e Jorge, inicialmente achei que eles seriam o par central da obra, mas conforme a história se desenvolveu fui sentindo um pouco de decepção com as atitudes dos dois. Principalmente de Cecília, como gosto de mulheres a frente do seu tempo, me senti muito decepcionada por ter uma personagem tão fútil e machista. Cecília e Amélia são contrapontos deliciosos de se observar. Acredito que a autora tenha feito isso propositalmente, para nos fazer pensar nas diferentes posturas das personagens da época.

"A Alienação feminina é incentivada pela sociedade, além da obsessão por matrimônio! Sinceramente, toda mulher deveria saber que há mais coisas entre bailes e vestidos do que pode sonhar sua vã filosofia."

Os personagens secundários na obra tiveram muito espaço, tanto que cheguei a pensar que a autora devesse desenvolver uma série com eles. Acho que seria enriquecedor se todos tivessem seu próprio romance e fizessem aparições um no livro do outro.

Como a história se passa em 1870, ainda existia a escravidão. Muito dos personagens concordam com tal prática e, poucos na obra são abolicionistas. Fiquei muito surpresa com tal proposta, pois realmente não esperava que Salignac fosse abordar tão abertamente esse tema. Amei a crítica feita sobre os homens que se diziam de "bem", mas eram escravocratas. Havia muita hipocrisia na época.

"Nunca compreenderei essa sociedade hipócrita que vai às missas aos domingos, mas defende a escravidão."

A obra foi uma grata surpresa, pois quem me acompanha aqui sabe o quanto eu sou apaixonada por romances de época. E esse livro me conquistou logo nas primeiras páginas. É um romance tão envolvente que é impossível largar até descobrir quem vencerá a aposta ou quais casais vão se formar. Eu espero que todos vocês leiam a obra.

Caroline Salignac nasceu em 1993, na cidade de Manaus. Desde pequena escrevia historietas cobertas de fantasia, mas só durante a graduação em Letras que descobriu sua paixão por coisas antigas e narrativas ambientadas no século XIX. Atualmente, faz mestrado em Letras e Artes, continua apaixonada por antiguidades, e escreve contos e romances ambientados no Brasil Imperial. Seu romance de estreia foi Arrufos: desavenças de amor.







29 julho 2020

[Resenha] Desgrávidas | Jennifer Hendriks & Ted Caplan | Faro Editorial


A obra “Desgrávida” nos conta a história de Veronica Clarke que está com 17 anos, exímia aluna, namorado aparentemente maravilhoso e com uma vida perfeita, porém ao fazer um teste de gravidez, ela vê o mundo girar com o resultado: positivo! E agora, leitor?

Ao descobrir a gravidez e imaginar os seus planos futuros ruírem, a jovem Veronica, toma a decisão de fazer um aborto. E ela contará com a ajuda de sua ex-amiga rebelde Bailey Butler, para a execução do plano. Porém, a única clínica que realiza o procedimento sem a assinatura dos pais/responsáveis fica a 1590 quilômetros da cidade dela.

“Era como se tivesse um letreiro gigante de néon em minha testa piscando a palavra GRÁVIDA.”

Elas seguem viagem e durante o percurso acontece inúmeros fatos inusitados!

Eu tomei ranço do namorado dela, pois ele não passa de um imbecil! As amigas dela também parecem um bando de sanguessugas interesseiras.

A história foi contada de uma forma que o assunto se tornasse menos pesado, porém com muita sinceridade, fiquei incomodada com o fato do aborto ter ficado em segundo plano e o foco voltar para os acontecimentos da viagem.

Aborto é um tema seríssimo e creio que deveria ter sido mais aprofundado na obra, pois ninguém realiza o procedimento e não fica com marcas profundas.

Outros temas foram tratados, como: homosexualidade, relações abusivas, gravidez na adolescência, amizade e relações familiares.

O livro vai ter uma adaptação para o cinema e será exibido pela HBO. A capa é maravilhosa com o título em alto relevo, diagramação dos capítulos tendo os quilômetros na abertura de cada um e folhas de guarda com desenhos em forma de rodovia!

Já leram? Me contem nos comentários o que acharam da resenha!!

27 julho 2020

[Resenha] As Outras Pessoas | C. J. Tudor | Intrínseca



Gabe está ansioso para chegar em casa. Ele prometeu a Jenny que chegaria cedo, mas acabou ficando preso em um engarrafamento na rodovia. Quando pensava em mudar de pista, ele percebe que no carro da frente tem desenhos chamativos no seu para-brisa traseiro. Pelos adesivos ele já estava imaginando que o motorista era um idiota. Enquanto observava o carro da frente, uma criança aparece no vidro, olha pra ele e diz: papai! Esse fato não fez sentido nenhum para ele, tanto que ficou alguns minutos sem reação. O que sua filha Izzy estaria fazendo em um carro como aquele?

Três anos se passam e tudo o que Gabe faz é procurar por sua filha, mesmo com a polícia alegando que ela está morta. Quando uma nova pista aparece, ele não pensa nem duas vezes para investigá-la, mesmo que isso coloque sua vida em risco.

“As pessoas dizem que o ódio e amargura vão destruir você, mas estão enganadas. É a esperança. É a  esperança que vai devorá-lo de dentro para fora como um parasita.”

Esse livro é maravilhoso!! Eu fiquei enlouquecida com essa história e um pouquinho paranoica. Eu que adoro um bom thriller não duvido nada que essa história possa acontecer e, só de pensar nisso já fico toda arrepiada. As peças do quebra-cabeça são reveladas aos poucos, assim, somente quase no final que dá para ter uma real noção do que realmente aconteceu com cada personagem.

A história tem um suspense eletrizante, mas também tem o seu lado sobrenatural. Inicialmente o sobrenatural me deu calafrios, porém depois me deixou um pouco frustrada, esperava um pouquinho mais sobre a explicação, mas mesmo assim achei a leitura muito boa.

Os personagens são muito misteriosos, cada um deles com um segredo e algo para esconder. Para ler qualquer obra de Tudor, você deve  sempre ter em mente, que nada é o que parece e que todos são suspeitos.

“Coisas horríveis acontecem, é claro, mas acontecem com outras pessoas, sobre as quais você lê nos jornais. Os rostos abatidos e chorosos que vê na televisão.”

A obra “As Outras Pessoas” aborda temas pesados como assassinato, vingança, ganância e mentiras. Além de me deixar intrigada, a obra também me deixou bastante pensativa, não sei dizer o que eu faria se algo de ruim acontecesse com quem eu amo. Por isso, quero que vocês me digam nos comentários: vocês se vingariam de alguém que fez muito mal a algum dos seus entes queridos?

C. J. Tudor é uma escritora inglesa natural de Salisbury, Inglaterra. Ela ficou famosa no Brasil com o seu primeiro livro "O Homem de Giz", publicado em 2018 pela editora Intrínseca.








[Resenha] O Último Adeus | Cynthia Hand | Darkside Books


Alerta de Gatilho
 
Lex é uma jovem normal de 18 anos, como qualquer outra, até que ela passa a ser a irmã do garoto que se matou. E a partir daí o seu mundo vira de cabeça pra baixo. Além, de ter que lidar com a perda, ela também tem que lidar com vários outros problemas, como a separação de seus pais e o término com seu namorado. Para tentar lidar com isso tudo, ela tenta desabafar e tirar um pouco do peso de si através da escrita em seu diário, como foi sugerido por seu psicólogo, tornando nós leitores seus fiéis confidentes.

"No fim, eu não deveria ter me preocupado se ele cumpriria sua promessa. Deveria ter pensado se eu cumpriria a minha."

Cynthia Hand é uma autora Americana best-seller do New York Times. Seu primeiro romance foi a fantasia "Celestial".

“Nossa, eu odeio essa pausa, enquanto a pessoa que está falando procura o modo mais tranquilo de dizer morreu, como se encontrar outra palavra deixasse a coisa menos horrorosa: termos como foi descansar, como se a morte fosse temporária; partiu ou se foi, como se fossem férias; expirou, que deveria ser um termo mais técnico, mas que mais parece que o morto é uma caixa de leite, com uma data carimbada ali, depois da qual a pessoa se torna... bom, leite azedo.”

“O Último Adeus” trata de um tema que por muitos ainda é visto como um tabu: o suicídio. A história não é focada no suicídio em si, mas sim em como é para quem fica. 
 

O livro começa com uma escrita um tanto arrastada, mas aos poucos você acaba se envolvendo mais e mais com o enredo. A história te prende bem, mas certamente não é o tipo de livro que você devora, pelo fato dele ter um tema mais pesado.

“Ninguém além dele mesmo poderia tê-lo salvado. E você provavelmente está certo. Ele não ligou para ser salvo. Ligou para dar o último adeus.”
 
O luto dos personagens, principalmente da Lex e de sua mãe, foram super bem explorados.

Nos livros de drama, normalmente esperamos que a parte mais pesada/triste venha do meio para o fim, mas neste livro é diferente, ele começa pesado pela morte do Ty ser recente e conforme o tempo vai passando, vai se tornando mais leve e você consegue perceber isso nos personagens também. Se torna uma experiência tão forte que é como se você sentisse as emoções junto aos personagens.

Eu recomendo muito que todos leiam esse livro, mas que não leiam com pressa nem o devorem, porque a escrita provavelmente vai te devorar de volta. Apesar da dureza do tema, o fim do livro faz você se sentir bem leve.Super recomendo, também, que leiam a nota da autora!

Centro de Valorização da Vida - Precisando conversar? Ligue 188 ou acesse www.cvv.org.br.

24 julho 2020

[Resenha] Coraline | Neil Gaiman | Intrínseca



A obra “Coraline” aborda a história de uma menina que ao abrir uma porta misteriosa na sala de casa, se depara com um lugar macabro e ao mesmo tempo fascinante. No mundo novo, seus outros pais são criaturas pálidas, com botões negros no lugar dos olhos e atenciosos, porém Coraline percebe que o lugar guarda mistérios e perigo. Tudo que ela deseja é voltar para sua vida, sua casa e principalmente, para os seus pais. Será que ela a menininha conseguirá escapar do mundo misterioso?

O escritor Neil Gaiman é simplesmente maravilhoso e eu gosto de tudo que ele escreve. Gaiman escreveu a obra “Coraline” para as suas filhas e após publicá-la agradou não só o público infantojuvenil, mas todo o público adulto.

Coraline apesar de ser criança é muito inteligente, ágil, educada, exploradora e carinhosa. Os seus pensamentos e as execuções dos seus planos são sensacionais. Ela interage com todas as criaturas que aparecem na narrativa de igual para igual. O personagem do gato é ótimo, pois ele possui respostas sarcásticas e uma ótima dose de humor ácido. Ele foi um dos meus personagens preferidos!

"- Porque ela me quer aqui - quis saber Coraline. - Porque ela me quer presa aqui com ela? - Acho que ela quer algo para amar - opinou o gato. - Algo que não seja ela mesma. Talvez também queira algo para comer. Com uma criatura daquelas nunca dá para saber ao certo. - Você tem algum Conselho para me dar? - perguntou Coraline. O gato a olhou como se estivesse prestes a falar alguma coisa sarcástica. Então sacolejou o bigode e disse: - Você precisa desafiá-la. Não é garantido que ela vai jogar limpo com você, mas aquele tipinho de criatura ama jogos e desafios."

As ilustrações são do ilustrador e cartunista, Chris Riddell, que por sinal abrilhantou a obra. As ilustrações completam a obra com maestria e dão vivacidade para a narrativa, pois são expressivas e até mesmo assustadoras.

“Porque coragem é quando você sente medo de fazer algo, mas faz mesmo assim, é quando você enfrenta o medo.”

Gaiman em “Coraline” trabalhou ótimos temas, como: medo, coragem, relações familiares, amizade, explorar ambientes, respeito e amor. A menina conseguiu me conquistar com suas aventuras exploratórias e suas sacadas geniais. Não queria que terminasse a leitura!

Por fim, a capa dura com pontos de verniz localizado, a diagramação excelente, fontes ótimas, ilustrações singulares e o corte trilateral deram um resultado maravilhoso. Estou apaixonada pela qualidade e resultado entregue, Intrínseca!

Já leram? O que acham de crianças explorarem novos ambientes? 






22 julho 2020

[Resenha] Quase Rivais | J. Sterling | Faro Editorial

A obra “Quase Rivais” nos conta a história de James e sua vizinha Julia. Eles sentem uma grande atração um pelo outro desde novos, porém são concorrentes no trabalho e para piorar a situação de ambos suas famílias são rivais há gerações. Será que essa história terá um final feliz?

A escritora J.Sterling escreve muito bem e é conhecida por seus romances incríveis, porém em “Quase Rivais”, ela não conseguiu me conquistar de fato. Teria tudo para ser um romance intenso, cheio de reviravoltas e uma verdadeira história de amor de todos os tempos, pois poderia ser uma releitura moderna de Romeu e Julieta.

“Só acho que, se você deve odiar alguém com base apenas no sobrenome da pessoa, deve pelo menos conhecer cada um dos motivos. Você percebe que tudo isso está estranhamente próximos a Romeu e Julieta? Vocês dois são até italianos!”

Eu não consegui comprar essa história de cão e gato, pois é super evidente que os personagens Julia e James, são loucos um pelo outro. Tomei ranço da Julia devido a essa extrema negação de sentimentos.

A história da briga entre famílias daria muito pano para manga e renderia grandes revelações, mas a explicação para tal fato achei muito superficial. Hehe, não é implicância minha com a obra!

"Sempre que a temporada de competições se repete, ele me ataca com cutucadas verbais, testando minha paciência e jurando que o vinho dele superará o meu. Nunca aconteceu. E nunca acontecerá. Não enquanto eu estiver viva."

Um ponto positivo que vi na obra foi o fato de Julia não ficar sofrendo de amor pelos cantos e chorando pelo rapaz amado. A melhor personagem no livro em minha opinião é a Jeanine. Ela é uma baita amiga!

"Soube imediatamente que meu corpo se dobraria e se curvaria aos seus caprichos, suas mãos controlando nossos passos, sua língua alimentando nosso desejo mútuo. Não consigo me lembrar da última vez em que alguém me fez sentir tão viva."

Para quem gosta de romances clichês e de leitura leve, indico “Quase Rivais”! Não espere por grandes acontecimentos, pois o livro é curto e a narrativa se torna bem rápida. A obra não me conquistou, mas pode conquistar você!







14 julho 2020

[Bate-Papo] Não basta não ser racista: sejamos antirracistas | Robin Diangelo | Faro Editorial



Bom dia, leitores! O assunto hoje é sério, pois acabei de ler a obra “Não basta não ser racista: sejamos antirracistas” da escritora Robin Diangelo. E com louvou compreendi o motivo do livro estar mais de 75 semanas no Top 100 da Amazon.
Diangelo é professora universitária, autora e consultora em questões de justiça racial e social há mais de vinte anos. Ela possui propriedade para expor e debater o assunto.
A obra abriu meus olhos para várias questões e me deu um leve sacolejo! A abordagem da escritora te leva a refletir sobre as diferenças entre preconceito, racismo e discriminação; a fragilidade branca; supremacia branca; racismo daltônico; racismo aversivo; racismo cultural; o binário bom/mau; antinegritude e outros.
“Quando digo que só brancos podem ser racistas, estou afirmando: só os brancos têm poder institucional, social e privilégios sobre as pessoas de cor. Os negros não têm o mesmo poder e privilégio sobre os brancos.”
Quando alguém pergunta: - Você é racista? Existe a grande possibilidade de você ficar nervoso ou ir logo negando, porém será mesmo que você não é? O livro foi escrito para pessoas brancas que direta ou indiretamente são racistas. Precisamos deixar a cultura arraigada do racismo no passado e de fato evoluirmos como pessoas.
Uma parte me chamou atenção na leitura que foi sobre o racismo daltônico, ou seja, a capacidade do racismo de se adaptar às mudanças culturais e fingimos não perceber a raça, então não existe racismo.
É impressionante o peso que algumas frases têm, como por exemplo:
- Eu conheço pessoas de cor;
- Meus pais eram racistas e eu não sou;
- Na família do meu marido têm pessoas com traços afros;
- Tenho amigos de cor, como vou ser racista?
- Não sou racista, pois você pode ser rosa, verde ou pintado de bolinhas;
- Estou livre do racismo.
Por fim, o livro rende horas de debate e é importante ressaltar que é ilusão imaginar que o racismo foi abolido junto com a libertação dos escravos. Para conseguir ser antirracista é preciso ter coragem e intencionalidade e rogo para que um dia isso deixe de ser utopia e passe a ser realidade.
Robin não escreve floreando as palavras, pois ela nos mostra de uma forma impactante as raízes do racismo. Então, faço um convite para vocês: Sejamos antirracistas?







[Resenha] A Ascensão de Lady Notley (Tanglewood #2) | Rachael Anderson | Editora Pausa



A obra “A Ascensão de Lady Notley” conta a história da jovem Coralynn Notley. Ela é bela e esbanja alegria, porém quando seu pai oferece a filha ao primeiro cavalheiro que aparece, Cora, decide fugir a se casar forçada com um homem desprezível. Desesperada, ela se candidata ao cargo de governanta na Mansão Tanglewood, cujo proprietário é o belo Sr. Jonathan Ludlow. Ele é um jovem sério e isolado pelo passado. Será que Ludlow deve contratá-la como governanta ou seria um resultado catastrófico?
Foi o meu primeiro contato com a escrita de Rachael Anderson e gostei da forma utilizada para a construção da narrativa. Os personagens são fortes, determinados, ousados e divertidos. Esse é o segundo volume da Série Tanglewood.
Cora é uma moça determinada e foge com a ajuda da sua amiga Harriett, pois ela não quer um casamento arranjado. Apesar da família dela ser de posses, não conquistaram títulos e isso gera preconceito na alta sociedade.
O jovem Jonathan também têm problemas familiares e de posição social. Ele é um personagem bastante carismático, lindo e os diálogos dele são simplesmente sensacionais!
“Às vezes, uma pessoa tem uma boa razão para se comportar mal, e acredito que o perdão e a compreensão podem acabar com o mal e inspirar o bem. Espero que o senhor também acredite nisso e permita que ela fique. Mas, como deixou bem claro, o senhor é o superior aqui e essa escolha é sua. Desejo-lhe um bom dia, senhor.”
Os segredos guardados, o preconceito entre classes, as relações familiares e pensamento positivo são temáticas abordadas na obra e que abrilhantam toda a narrativa.
“Cora não conseguia respirar. Tudo à sua volta parecia inclinar-se e balançar. Teria ele realmente dito que estava se apaixonando por ela – ela, a humilde filha de um comerciante que se tornou governanta? Como é que isso era possível? Ela não podia acreditar e, mesmo assim, ele tinha dito aquelas mesmas palavras. Não tinha? Ela teria imaginado aquilo de alguma forma? Não parecia real. Na verdade, parecia tão irreal.”
Já estou ansiosa para ler o terceiro e último livro da série, pois as relações afetivas são focos centrais da narrativa. Se você gosta de um livro leve, descontraído e que mostra a evolução dos personagens, leia!







13 julho 2020

[Resenha] Os Olhos da Escuridão | Dean Koontz | Citadel Editora



Tina Evans ainda sofre pela perda do filho Danny, pois quando achava que estava conseguindo superar, há mais ou menos um mês, ela vem tendo pesadelos horríveis, em que seu filho lhe pede ajuda. Como se não bastante esses pesadelos para lhe atormentar, alguém vem lhe mandando mensagem dizendo: "Não está Morto".
Diante de tudo que está acontecendo, já foi o bastante, para que ela ficasse na dúvida se o filho realmente morreu. Com a ajuda do advogado Elliot Stryker ela solicita a exumação do corpo do seu filho. Mas quando tentam matá-los é que eles percebem que realmente tem algo errado envolvendo o pequeno Danny.
"Sinto… não só que estou sendo observada, mas… algo mais… como uma presença… como se alguma coisa que não consigo ver estivesse atrás de mim. Sinto o peso disso, uma pressão no ar… meio que a iminência de algo…"
Logo nas primeiras páginas e eu já me senti envolvida com a história. O mistério envolvendo o Danny é incrível, o autor soube desenvolver a história brilhantemente. Amei juntar todas as peças desse quebra-cabeça.
"A coisa mais sensata a fazer seria virar e se afastar daquela porta e daquela casa. Mas não estava no controle de si mesma, não completamente; sentia um pouco como se fosse uma sonâmbula. Apesar da ansiedade, uma força que podia sentir, mas não era capaz de definir, a atraía inexoravelmente para o quarto de Danny."
Tina e Elliot fazem uma ótima dupla. Torci muito por eles, para que eles solucionassem o caso e que ficassem juntos. Elliot é um homem incrível, daqueles que sempre desejamos que se tornassem reais. E Tina é uma mulher forte e independente, daquelas que nos sentimos inspiradas quando encontramos nos livros.
Eu realmente amei essa história, porém achei o final um pouco corrido. Creio que essa história necessitava de mais umas 100 páginas. Também gostaria de uma continuação, o que aconteceu com Danny foi terrível, mas acho que têm mais história para ser explorado.
"É como se… a própria noite estivesse nos observando… a noite, as sombras, os olhos da escuridão."
Dean Koontz, autor de vários best-sellers de ficção nos EUA, vive no sul da Califórnia com sua esposa, Gerda, sua golden retriever, Elsa, e os espíritos de seus pets, Trixie e Anna.







09 julho 2020

[Resenha] #Acredite | Eliane Quintella | Independente

Resenha por Stormwhirl do @Chihiro_Literary

 

O mundo era conhecido por duas raças: os Braites e os Lalulis. Os Braites conhecidos pelo seu grande talento em dominar a magia, eram vistos como superiores. Já os Lalulis eram vistos como seres inferiores e infelizes. Apesar de alguns irem a mesma escola, ambos não se relacionavam, era até proibido. Mas olhar não era proibido, certo? E foi assim que Pamela, uma Braite, se apaixonou por Raul, um Laluli. Ficar com ele significaria largar mão de todo o seu futuro, de sua residência e de sua magia, já que os Lalulis também eram conhecidos por sugar a magia dos Braites, até que não houvesse mais nada. Estaria Pamela disposta a isso?

 “Por que nosso amor tinha que machucar tanto os outros? Por que alguma coisa que todos sabiam que era boa e pura podia ser tão recriminada? Se o amor é algo que todos valorizam tanto, como não podiam enxergar a beleza dos navios que queimamos para estarmos aqui?”

 Eliane Quintella é uma autora que começou a escrever ainda na infância e nesse período ela já tinha certeza de que gostaria de passar a vida escrevendo.  O tempo passou, Eliane se formou em Direito e ainda assim nunca deixou de escrever. Até que um período em casa a deu a oportunidade de finalmente escrever um livro e depois disso não parou mais.

“O amor faria tudo valer a pena. O amor era a maior força que existia e dele brotavam sentimentos maravilhosos. O amor era transformador.”

#Acredite é um livro romance com fantasia bem curtinho, mas cada página parece ter sido escrita com muito amor. A leitura é leve e fluída, pois é o tipo de livro que te faz relaxar e ainda assim te mantém envolvido com os acontecimentos. O livro contém imagens maravilhosas onde podemos ter um pouco de noção dos personagens e dos cenários.

Pamela é o tipo de pessoa que acaba tomando algumas decisões por impulso, mas tenta ao máximo não magoar quem ama e não desistiria do amor da sua vida por nada. Raul é um menino bondoso que está sempre disposto a fazer o seu melhor para agradar aquela que ama. Mas será que o amor poderia quebrar essa barreira entre os dois mundos?

 #Acredite nos faz ver que querer algo e lutar por isso pode sim fazer a diferença, mesmo que essa mudança comece apenas com uma pessoa, o importante é não desistir e acreditar. Super recomendo a obra, pois ela me proporcionou uma leitura muito gostosinha, espero que vocês possam aproveitar da mesma forma que eu!








06 julho 2020

[Resenha] Em Casa | LS Morgan | Amazon Kindle



O conto “Em Casa” é envolvente e dramático, pois nos leva questionar valores, ações e desperta no leitor sensação única. Uma criança de 8 anos perpassa pela dor, perda e sentimentos vividos de forma visceral. Uma viagem de regresso em suas memórias até o presente, mas que de uma forma emocionante traz as lembranças de dor e amor da sua casa.
LS Morgan conseguiu descrever sabiamente em palavras como seria um verdadeiro lar de amor. O lar de amor perfeito foi vivido pelo nosso protagonista nos seus primeiros oito anos de vida e, sendo bem sincera até eu senti vontade de morar lá!
Infelizmente, a criança que tinha a infância doce e sonhadora, abruptamente teve que partir, porém não entendia os motivos e passou a viver dias cinzentos e sem emoção.
A criança cresceu e passou a procurar entre prédios e avenidas algo que a levasse de volta para sua casa e as saudosas lembranças davam lugar ao um imenso vazio e uma grande dor.
“As mãos dela fazem parte de minha memória mais vívida. Mãos mornas que faziam tranças em meus cabelos. Mãos frias pousadas sobre seu peito. Achei que ela apenas dormia e demorei um tempo para entender que ela não acordaria, quando compreendi, chorei. Um choro silencioso, mas torrente de lágrimas.”
A menina sofria imensamente e sem compreender palavras como lar de pecado, depravação, devassidão e imoralidade não conseguia unir as lembranças felizes de quando morava com as suas mães com o que ouvia no presente. Ela escrevia cartas diariamente para uma de suas mães que estava viva e foi devastador ver a maldade do avô ao descobri-las. Ela se tornou mulher, esposa, mãe e aos 37 anos só desejava voltar ao seu antigo lar.
“Quando o carro para ainda estou perdida em meus pensamentos. Demoro um tempo para compreender que a voz masculina está dizendo que chegamos. Meu pescoço gira vagarosamente para direita e eu vejo... A casa.”
O conto apesar de ser pequeno é tão gigante de sentimentos que o torna magistral. Creio que todas as pessoas deveriam lê-lo, pois é incrivelmente libertador. O leitor sai renovado, de alma lavada e com a sensação de amor transbordando dentro do peito. Eu pude sentir o amor mais puro nas palavras de Morgan e para os que emocionam facilmente, sugiro pegar um lencinho! Singular, amoroso, emocionante e uma lição que o tempo é o mestre da razão. Creia, confie, almeje, persista e trilhe sempre rumo a felicidade, pois a sua hora chegará e o melhor surgirá como você desejou!  








[Resenha] Filho da Noite | Antonio Calloni | Editora Valentina

RESENHA POR CHIHIRO_LITERARY

Agenor é um homem sem sentimentos, que vive no seu enorme casarão com um grande lado sombrio e muitos segredos. No dia em que cometeria suicídio, Cinira aparece em sua porta e lhe dá o sopro da vida.
Cinira uma mulher simples, vê Agenor como um homem solitário, mas acima de tudo uma oportunidade para ganhar dinheiro, e realizar o seu grande sonho: se casar. Porém, a vida do seu chefe vai acabar mexendo com ela, mas do que poderia imaginar.
"Dormir, para ele, é um ato absolutamente secreto e solitário. Não admite nenhum tipo de vulnerabilidade, e dormir para ele, é de uma vulnerabilidade quase violenta. Dormir é ter o corpo agindo sem controle e revelando alguma verdade não permitida, inadmissível."
Em uma obra poética o autor narra uma história sombria e detalhista, beirando a loucura e por muitas vezes não se sabe o que é real e o que fato é delírio.
"Um abraço feito de pai e filho sugere algum amor reconhecível. Um abraço. Pai. Filho. Segurando o filho pelos ombros, o pai olha longamente para o filho sem dizer uma só palavra. Dois sorrisos plenos de relaxamento e ternura invadem-se e dão início a um novo dia."
Os personagens são enigmáticos e, é difícil entender o que se passa na cabeça deles e o motivo de suas atitudes. Misteriosos eles parecem pecadores tentando saciar o seu vício pelo sexo. Em grande parte da obra percebi a necessidade desses personagens pelo sexo. Um sexo sujo, insaciável, vulgar, sem qualquer tipo de emoção que não seja voltado para o puro prazer.
Eu que não sou acostumada a esse tipo de escrita poética me senti por várias vezes confusa, sem entender a história em si, mas acima de tudo intrigada. O enredo é misterioso demais, com a sensação de que algo insano pode acontecer a qualquer momento com os personagens. O fato do livro ser pequeno, com capítulos curtos me ajudou muito a concluir a leitura. A leitura correu tão bem que quando percebi já estava nas últimas páginas.

Pensando sobre a obra gostaria de ler outros livros do autor, mas quem sabe algo menos poético. Gostaria de saber de vocês, já leram essa obra ou alguma outra do Calloni?
Egízio Antonio Calloni é ator, poeta, cantor, escritor, produtor e dublador brasileiro. Natural de São Paulo, ele nasceu em 6 de dezembro de 1961. Estreou na televisão em 1986, aos 25 anos, na minissérie "Anos Dourados". Sua carreira na televisão foi praticamente toda traçada na TV Globo.