20 dezembro 2017

[Resenha] Dom Pedro I Vampiro | Nazarethe Fonseca |Editora Planeta



Amado, odiado, disputado pelas mulheres, sedento de sangue e de poder, governou o Brasil e nele deixou marcas profundas de suas paixões e desejos. Reis, rainhas e imperadores tornam-se imortais através da morte, como aconteceu a Dom Pedro I, que por um golpe do destino torna-se um vampiro.

A história se passa no passado e no futuro, mesclando com maestria fantasia e realidade. Confesso que a autora foi audaciosa em colocar como personagem principal do seu livro, o Imperador Dom Pedro I, ainda mais sendo um vampiro. E sem sombra de dúvidas valeu a pena, a obra ficou bem interessante e saiu da mesmice.

“Numa dessas mortes, o sol parou de brilhar sobre a Avenida Paulista. Foi um dia cinzento carregado de nuvens escuras, poluídas. Havia claridade, não luz. O astro-rei tentava inutilmente iluminar, colorir; contudo, as nuances escuras, carbônicas, eram mais fortes e impiedosas. Tingiam o céu com entediantes tons de cinza.”

Fonseca, expõe o lado sedutor e “canalha” de Dom Pedro I, e mostra suas traições, brigas com sua mãe, aventuras amorosas, comando do Brasil, filhos com várias mulheres, casamento sem amor, aventuras em São Paulo, vida de vampiro e outros fatos bem interessantes.

“Haviam se passado treze anos que a corte portuguesa desembarcara na colônia. A mudança foi inevitável e, até certo ponto, bem-vinda, quando Napoleão os escorraçou, mudou o Brasil para sempre. A Quinta da Boa Vista não era mais a mesma; o país jamais seria o mesmo. A rotina foi feita em pedaços e até mesmo as brigas e intrigas da corte faziam falta a Pedro. Ele parecia melancólico; claro, isso nunca durava muito. Precisava lidar com problemas urgentes.”

A obra possui muita aventura, seja no passado ou futuro. Vários personagens permeiam a história, além de Pedro, sendo alguns deles: Lucy que é prima do maldoso conde Durval e apaixonada por Pedro; Leopoldina, esposa de Dom Pedro I que não era possuidora de uma beleza natural; Durval, uma pessoa maldosa e que faz terríveis atrocidades principalmente com suas escravas e planeja tomar o trono de Dom Pedro I e governar o Brasil; Domitila era a mulher no passado da regência que fez Pedro perder a cabeça e praticamente não escondia o caso com a mesma, dando a ela o título de Marquesa de Santos; Eva, a mulher do futuro que esconde um segredo e que junto a Pedro dará uma reviravolta no contexto da história.

O livro possui uma capa interessante e passa vivacidade junto ao texto como um todo. As letras são boas para leitura, assim, como a gramatura do papel e cor que ajuda a não cansar as vistas.

Por fim, Nazarethe obteve grande êxito com a história, pois, foi bem melhor do que eu esperava e super indico para todos que gostam de fantasia, vampiros, história Geral e do Brasil. Sem pestanejar creio que a autora aprendeu muito realizando a pesquisa para compor a história e os personagens.