Amado,
odiado, disputado pelas mulheres, sedento de sangue e de poder, governou o
Brasil e nele deixou marcas profundas de suas paixões e desejos. Reis, rainhas
e imperadores tornam-se imortais através da morte, como aconteceu a Dom Pedro
I, que por um golpe do destino torna-se um vampiro.
A
história se passa no passado e no futuro, mesclando com maestria fantasia e
realidade. Confesso que a autora foi audaciosa em colocar como personagem principal
do seu livro, o Imperador Dom Pedro I, ainda mais sendo um vampiro. E sem
sombra de dúvidas valeu a pena, a obra ficou bem interessante e saiu da
mesmice.
“Numa
dessas mortes, o sol parou de brilhar sobre a Avenida Paulista. Foi um dia
cinzento carregado de nuvens escuras, poluídas. Havia claridade, não luz. O
astro-rei tentava inutilmente iluminar, colorir; contudo, as nuances escuras,
carbônicas, eram mais fortes e impiedosas. Tingiam o céu com entediantes tons
de cinza.”
Fonseca,
expõe o lado sedutor e “canalha” de Dom Pedro I, e mostra suas traições, brigas
com sua mãe, aventuras amorosas, comando do Brasil, filhos com várias mulheres,
casamento sem amor, aventuras em São Paulo, vida de vampiro e outros fatos bem
interessantes.
“Haviam
se passado treze anos que a corte portuguesa desembarcara na colônia. A mudança
foi inevitável e, até certo ponto, bem-vinda, quando Napoleão os escorraçou,
mudou o Brasil para sempre. A Quinta da Boa Vista não era mais a mesma; o país
jamais seria o mesmo. A rotina foi feita em pedaços e até mesmo as brigas e
intrigas da corte faziam falta a Pedro. Ele parecia melancólico; claro, isso
nunca durava muito. Precisava lidar com problemas urgentes.”
A
obra possui muita aventura, seja no passado ou futuro. Vários personagens
permeiam a história, além de Pedro, sendo alguns deles: Lucy que é prima do
maldoso conde Durval e apaixonada por Pedro; Leopoldina, esposa de Dom Pedro I
que não era possuidora de uma beleza natural; Durval, uma pessoa maldosa e que faz
terríveis atrocidades principalmente com suas escravas e planeja tomar o trono
de Dom Pedro I e governar o Brasil; Domitila era a mulher no passado da
regência que fez Pedro perder a cabeça e praticamente não escondia o caso com a
mesma, dando a ela o título de Marquesa de Santos; Eva, a mulher do futuro que
esconde um segredo e que junto a Pedro dará uma reviravolta no contexto da
história.
O
livro possui uma capa interessante e passa vivacidade junto ao texto como um
todo. As letras são boas para leitura, assim, como a gramatura do papel e cor
que ajuda a não cansar as vistas.
Por
fim, Nazarethe obteve grande êxito com a história, pois, foi bem melhor do que
eu esperava e super indico para todos que gostam de fantasia, vampiros,
história Geral e do Brasil. Sem pestanejar creio que a autora aprendeu muito
realizando a pesquisa para compor a história e os personagens.