O livro “A Lista Negra” foi relançado com o nome “A Lista do ódio” e a edição contém o spin-off Diga Alguma Coisa. Brown nos conta a história de Valerie Leftman e do namorado Nick Levil que abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Valerie ao tentar deter o namorado é atingida, mas antes acaba salvando a vida de uma das colegas que estavam na lista e que a maltratava.
Logo
após o massacre na escola, Valerie acaba sendo responsabilizada devido à lista
que ela ajudou a criar. Lista essa das pessoas e das coisas que Val e Nick
odiavam.
Val
passou o verão reclusa, em recuperação do ferimento e do grande trauma causado
pela tragédia, e ela é forçada a enfrentar todos os problemas e voltar para a
escola para concluir o Ensino Médio. Como será que os funcionários e colegas
reagiram com a sua volta? Confesso que eu não teria a força de Val para voltar e
sofrer julgamentos. As feridas estão expostas e a dor ainda é muito latente.
Jennifer
Brown trás um tema denso, porém necessário ser abordado que é o bullying e que
tem gerado inúmeros conflitos na nossa sociedade e no mundo como um todo.
Alguns
dias antes que eu iniciasse a leitura houve o massacre em Suzano e ao iniciar a
leitura recordações de outras tragédias vieram à tona, como: Realengo,
Columbine, Goiânia, Sandy Hook e outros. O bullying pode ser destruidor e é de
suma importância o diálogo familiar, o respeito entre as pessoas e o amor
próprio para que massacres possam ser evitados.
“-
Muitas pessoas morreram, Valerie. Seu namorado, Nick, as matou. Você tem alguma
ideia do porquê? -, perguntou. Pensei naquilo. Em tudo o que eu recordara do
que tinha acontecido na escola, nunca me ocorreu perguntar a mim mesma o
porquê. A resposta parecia óbvia. Nick odiava aquelas pessoas. E elas também o
odiavam. Era por isso. Ódio. Socos no peito. Apelidos. Risadas. Comentários
depreciativos. Ser empurrado de encontro aos armários quando algum idiota
metido passava. Eles o odiavam e ele os odiava e de algum modo acabou daquele
jeito, com todo mundo morto.”
A
obra é super indicada não apenas para crianças e adolescentes, assim, como para
todas as famílias, escolas, educadores e políticos. O bullying fere, destrói e pode
matar. “A Lista do ódio” é comovente, realista, forte, reflexiva e que quebra
paradigmas, pois nos ensina sobre comportamento humano, julgamentos, superação
e perdão.