“Gostava daquela solidão de seu quarto; gostava de viver o sonho de encontrar alguém que lhe fizesse bem, vivendo a ilusão da busca ininterrupta por um amor, procurando seu ideal de vida: alguém que lhe fizesse feliz, porém protegido pela tela de seu computador. Só ali, escondido do mundo real, se sentia livre para ser quem quisesse. Um jogo de se perder para conseguir se encontrar, uma doce ilusão.”
O escritor Ivan Junior construiu uma história emocionante, fluida, com representatividade midsize, um romance LGBTQIA+ aquileano, abordagem da dura jornada em busca do autoconhecimento e a importância da saúde mental. Junior trouxe interatividade durante a leitura da obra, nos apresentando uma trilha sonora marcante e que completa a narrativa com singularidade.
“Murilo não conseguia falar o que precisava ser dito. Faltavam-lhe maneiras de se fazer compreendido, e todas as possíveis consequências o impediam de falar toda a verdade, fora o receio de que tudo não passasse de um erro, então era melhor não dizer coisas das quais se arrependesse.”
É impressionante como Ivan conseguiu colocar os sentimentos dos protagonistas aflorados, pois sentimos as dores, dúvidas, desejos e medos deles.
Não é fácil lidar com o preconceito, dialogar com a família, ser livre de amarras, enfrentar a sociedade e lutar pelo amor em todas as suas vertentes.
“Como cebolas, meu menino — disse a mãe, pegando o referido legume na mão e mostrando para ele. — Elas vivem debaixo da terra, crescem e, quando prontas, ficam assim, com esta casquinha que protege o que está dentro. E, até que possamos chegar à parte mais profunda, a lá do meio, a que costuma ser a mais docinha, é preciso enfrentar as camadas mais grossas, as mais ásperas.”
Igor e Murilo são personagens em busca da autoaceitação, em processo de construção acadêmica, têm medo de enfrentar os tabus e com cargas emocionais pesadas. Os personagens secundários também são importantes para a história, pois complementam toda a trama.
O autor cita os ipês na narrativa e eu consigo visualizar Murilo e Igor neles. Eles se anulam e ficam como cascas secas mortas, porém com grande capacidade de florescer. Amadurecer é necessário!
“Como cebolas, meu menino — disse a mãe, pegando o referido legume na mão e mostrando para ele. — Elas vivem debaixo da terra, crescem e, quando prontas, ficam assim, com esta casquinha que protege o que está dentro. E, até que possamos chegar à parte mais profunda, a lá do meio, a que costuma ser a mais docinha, é preciso enfrentar as camadas mais grossas, as mais ásperas.”
Igor e Murilo são personagens em busca da autoaceitação, em processo de construção acadêmica, têm medo de enfrentar os tabus e com cargas emocionais pesadas. Os personagens secundários também são importantes para a história, pois complementam toda a trama.
O autor cita os ipês na narrativa e eu consigo visualizar Murilo e Igor neles. Eles se anulam e ficam como cascas secas mortas, porém com grande capacidade de florescer. Amadurecer é necessário!