22 fevereiro 2023

[RESENHA] Toma que o filho é meu | @carlappiassa | Editora Teologar | Páginas: 120 | Ano: 2020



A obra “Toma que o filho é meu” da escritora Carla Pereira Piassa conta a história de Rafael e Juliana. Eles buscam acertar na educação de seus filhos, porém nem tudo são flores. Educar filhos é uma busca constante de aprendizagem, com amores e dissabores. Acompanhe a busca do ponto de equilíbrio do casal e a qualidade da relação ao lado dos filhos.

O prefácio muito bem desenvolvido foi escrito pela jornalista, escritora e mãe de 3, Fabiana Bertotti. Ela nos leva a refletir sobre o maternar, a arte de educar os filhos e a real compreensão de que uma criança é apenas uma criança.

O livro foi dividido em cinco capítulos bem interessantes e distintos: Alguém segura esse bebê!; Como assim, escola sai de férias?; Ser presente é o melhor presente; Não acredito, tenho que te ensinar tudo? e, o último capítulo, Não tinha mais tempo, até que o tempo foi a única coisa que restou.

“Tudo parecia estar entrando nos eixos, o tempo passou e a hora de voltar ao trabalho começou se aproximar e eu me sentia dividida, hora pensava em largar tudo e cuidar da Alice assim como cuidei do João Pedro, hora tinha a certeza que deveria voltar para a empresa, afinal foram anos esperando chegar aonde cheguei, hora queria procurar um emprego de meio período.”

Criar e educar filhos não acontece como um passe de mágica e também não encontramos receitas prontas. A tarefa é árdua, porém muito recompensadora, por exemplo, quando vemos de forma espontânea uma criança falar: “ — Eu te amo, mamãe!”. O coração salta de alegria!

A correria do mundo moderno, leva muitos pais a terceirizarem a educação dos seus filhos, mas a escola, babás, avós e tias não são responsáveis por educá-los. Eles são o complemento, porém a base necessária na arte de educar, sempre caberá aos pais.

“Juliana passou a dar mais valor aos momentos que ouvia seus filhos a chamarem, ainda que muitas vezes fossem sem qualquer motivo.”

Carla Piassa possui uma escrita fluida, real, regada de experiência e embasada no terno olhar da maternidade.

Eu gostei dos personagens criados, pois mostra a correria da cidade grande, um casal de classe média e a busca pela qualidade na educação dos filhos. Foi incrível acompanhar a luta diária do casal, o amadurecimento deles e o encontro do ponto central na jornada de educar.⁣

Por fim, devido a correria do dia-a-dia, muitos pais não conseguem otimizar o tempo para educar os filhos, porém eu creio que o importante não é a quantidade de tempo ofertado a eles e sim a qualidade desse momento. O amor não é medido por horas!