Toni Grado conseguiu construir uma narrativa ainda melhor, fluida, envolvente, intensa, cheia de reviravoltas e que deixou as pontas soltas do primeiro volume totalmente amarradinhas. Eu sou fã do estilo noir na escrita de Grado e os temas abordados são na mesmo proporção real/impactante.
“Você foi atrás desse homem por vingança, Alexandre! Isso não vai trazer seu pai de volta. Imagine, um assalariado, um pobre coitado como você, comprando briga com um poderoso banqueiro influente. Onde você estava com a cabeça?”
Os personagens são tão bem construídos que acabam nos envolvendo. Consegui compreender os motivos das escolhas de Alexandre e o meu ranço por ele diminuiu. Chris sofreu uma violência terrível e a forma desumana na qual ela foi tratada foi bem tocante. O preconceito que ela sofre por não definir o gênero é nojento e sabemos que acontece muito pelo mundo, infelizmente.
“Alexandre se sentia bem e confiante como nunca se sentira antes. De forma cabotinamente auto congratulante pensou que talvez, afinal, esse fosse o maior sinal da chegada da maturidade. Poder enxergar com clareza quem eram seus verdadeiros inimigos.”
A história não é apenas uma saga política. Também é uma crítica à corrupção, a sujeira que envolve eleição, a dificuldade em estabelecer respeito nas relações humanas, obsessão pelo poder, violências variadas, preconceito desenfreado e ganância. O verdadeiro debate sociológico, político, filosófico e humanitário!
A leitura coletiva foi realizada em parceria com a @lcagcomunicacao e já estou ansiosa para o terceiro volume.
Você já conhecia a obra? Já leu outra saga política? Aguardo o seu comentário!
