O escritor Maurício Faria teve uma grande sensibilidade ao escrever a obra, pois conseguiu retratar com sabedoria como os nossos idosos se sentem.
“Vovó Socorro repetia quase tudo que falava. Vovó Socorro repetia quase tudo que perguntava. Ela simplesmente repetia tudo. Ela repetia tudo. Repetia e repetia.”
Ao realizar a leitura fiquei pensando nas características dos idosos e a Vovó Socorro me remeteu a uma idosa que poderia estar com Alzheimer ou simplesmente esquecimento normais da idade. A felicidade dela era contar as mesmas histórias e fazer as mesmas perguntas.
“Vovó Socorro repetia as perguntas. Eram perguntas engraçadas. Eram perguntas já perguntadas.”
Mais uma vez fui tocada com a narrativa, pois tudo o que precisamos é de paciência para ouvi-los e também paciência para responder as mesmas coisas de sempre.
A nossa vida passa tão rápido que não paramos para refletir que os idosos ficam vivos e revigorados ao contarem as mais variadas aventuras para a sua plateia querida (família).
“Vovó Socorro parou de repetir as histórias. As histórias pararam de ser repetidas. As perguntas pararam de ser perguntadas.”
O quote me cortou o coração, pois quando o idoso não se sente útil para a família, ele perde a vontade de viver, de interagir ou de sorrir.
Precisamos cuidar deles hoje e da melhor forma possível. Eu senti uma nostalgia grande em lembrar dos “causos” contados, das comidas gostosas e dos cafunés dos meus avós.
Por fim, aproveitem seus avós e nunca se cansem de ser a plateia. Se tiverem oportunidade leia a obra e entenda que é na simplicidade que encontramos grandes tesouros.
Qual a memória afetiva que você tem da sua infância?