O escritor Felipe Sali nos apresenta não só um livro, mas a força gritante de um autor que construiu tijolinho por tijolinho a sua história. Usou as dúvidas da sua juventude, os conflitos da adolescência, o amor pela escrita, as dificuldades encontradas em ser publicado até o prêmio final: a obra publicada!
Sali “alimentou” Ícaro por doze anos e o que eu posso dizer que super valeu a pena. A estruturação da história ficou excelente, os personagens são marcantes, a narrativa fluida e as temáticas abordadas atuais.
O prefácio foi escrito com maestria por Pedro Chagas Freitas e já nos toca profundamente.
O personagem Ícaro (Ick) é um rapaz sensível, inteligente e apaixonante. Por estar na adolescência ele se encontrava meio que perdido. A sensação que tive que ele se achava um grão de arroz diante da grandiosidade do que é o mundo. Não tinha diálogos com o pai, tinha receio de ser chacota na escola, muitos conflitos internos, uma paixão nao resolvida com Samaris e é um ótimo amigo.
“Por muitos anos, associei meu pai ao barulho que as portas fazem. Quando ele voltava do trabalho, eu ja estava deitado no meu quarto e não o via chegando em casa.”
“A lembrança da Samaris era como um bichinho que me mordia quando eu não estava fazendo nada. Tentei ocupar minha mente a cada segundo do dia com algo que me distraísse.”
O final da obra é emocionante, aquece o coração e com o amadurecimento de Ícaro creio ele já tenha a resposta do homem que ele deseja ser.
“A tristeza é como chiclete. É necessário mastigar, sentir, sugar o gosto, até o momento em que ela para de fazer sentido e, então, transforma-se em uma massa cinza e sem graça. Aí, sim…você cospe! Joga fora! Entendeu?”
Por fim, eu super indico a obra por tudo que ela representa. Felipe conseguiu colocar pitadas de amor por todos os parágrafos, amei!