A escritora Patricia Highsmith foi inovadora ao criar, ainda na década de 1950, vilões enigmáticos, manipuladores, inteligentes e de moral duvidosa. A escrita dela é maravilhosa, pois desperta as mais variadas reações no leitor e nos faz duvidar da bondade humana. Originalmente publicada entre 1955 e 1991, a série de cinco livros protagonizada pelo vigarista Tom Ripley consagrou Patricia Highsmith como mestre dos thrillers psicológicos e uma das autoras mais célebres do século XX. Em breve teremos uma série e a Intrinseca para comemorar o centenário da autora trouxe a obra na versão capa dura, fitilho e uma linda guarda.
“Marge não riu. Ficou ali parada, olhando para ele, meio sem expressão. Nenhum deles se deu ao trabalho de explicar o número a ela. De qualquer forma, ela parecia não gostar muito daquele tipo de humor, pensou Tom.”
Os personagens são marcantes e necessários para a construção de toda a narrativa. Ripley é um dos maiores sociopatas do mundo da ficção. Ele é extremamente ardiloso, inteligente, piadista e conquista a todos com sua “cara de bom moço”. A personagem Marge parece ser a única que desconfia das reais intenções do rapaz. Complicado não acreditar em alguém com tamanha lábia.
“Dizem que se pode ver a alma através dos olhos, o amor, que os olhos são as verdadeiras janelas da alma, mas nos olhos de Dickie, Tom via apenas o que teria visto se olhasse para a dura superfície de um espelho."
Por fim, amei o desfecho do primeiro volume e já estou ansiosa para saber o que irá acontecer no próximo. Quando a obsessão se torna parte da vida de uma pessoa podemos esperar sempre pelo lado mais sombrio do ser humano.
Vocês já leram ou assistiram ao filme? Aguardo os comentários!