A
obra “Colega de quarto” nos apresenta Eric Schatz, universitário, solteiro,
alto padrão de vida e que percebe que o seu apartamento está sendo frequentado
não só por ele. Algumas coisas estranhas começam a aparecer pelo apartamento,
luzes que se apagam de forma misteriosa, descarga que é acionada sozinha e
vultos rondam os cômodos. O jovem desesperado resolve procurar ajuda de um
detetive particular, mas em menos de 24 horas despensa misteriosamente da
janela do seu apartamento.
Bonini
estreia com um livro de tirar o fôlego e arrepiar os cabelos do braço, pois é
um suspense psicológico que nos leva a traçar pistas, enumerar suspeitos e com
revelações arquitetadas incríveis.
Eu
fiz o caminho reverso com as obras do Bonini e ao ler por último “Colega de
quarto” pude constatar a mega evolução da escrita dele, porém é inegável a
construção singular do texto, dos personagens e ambientação. Já era fã do
detetive Conrado Bardelli e lendo só desejo ler mais histórias com ele. Não
demora Bonini, pois preciso caminhar junto ao detetive rumo aos crimes!
“–
Eu já vi muitos homens serem presos. Muitos, mesmo. E de todo tipo: jovens,
velhos, brancos, negros, culpados e inocentes. E vou te dizer que nenhum
deles... – Lyra enfatizou com os braços. – ... aceitou as algemas sem sequer
xingar o destino. Sem tentar uma justificativa. Sem um ‘puta que o pariu’.”
A
obra é divida em três partes, sendo parte I (Loucura), parte II (Turvo) e parte
III (Lucidez), todos com capítulos rápidos. Os personagens são caricatos, alguns
sádicos, gananciosos e bem expressivos. Um misto de gente para confundir a
cabeça do leitor, porém desde o princípio acertei o que estava por trás de
tanto mistério ou quem.
O
escritor vai ligando todas as pontas soltas durante a leitura dos capítulos e
em alguns momentos a história tomava um rumo sobrenatural. Confesso que por
alguns minutinhos eu quis enforcar o autor, pois estava lendo às quatro horas
da manhã, sozinha e quando estava em uma determinada parte a luz acabou,
comecei a ouvir passos e só faltou vultos para completar o circo de horrores.
Ainda bem que não sou medrosa e logo voltei ao meu estado normal.
Por
fim, adoro o detetive Bardelli com sua inteligência e ousadia ímpar. Indico a
obra para todos os amantes de romance policial com um suspense psicológico lacrador.
Você acha que nessa história urbana há alguém inocente? Façam suas apostas!