Em
“Uma Mulher na Escuridão” temos a investigadora forense Rory Moore que após
limpar o escritório de seu falecido pai, encontra pistas e documentos ocultados
da justiça e a faz mergulhar num caso ocorrido 40 anos atrás. Cinco mulheres
desaparecem e o predador, apelidado de Ladrão, fora preso acusado do
assassinato de Angela Mitchell. Enquanto Rory começa a reconstruir os últimos
dias de Angela, outro assassino emerge das sombras, replicando o mesmo modus operandi
daqueles assassinatos. A investigadora precisará traçar elos entre passado e
presente, porém as descobertas podem ser ainda piores e assustadoras.
Donlea
tem o poder de encantar os leitores, pois ao começar a ler a obra se torna
impossível parar antes de finaliza-la. A evolução da escrita de Charlie é nítida
em comparação com as outras obras que eu li. Totalmente eletrizante, com uma incrível
narrativa, ambientação perfeita e temas paralelos abordados.
"-
Eu jamais diria algo para Thomas, mas que diabos há de errado com ela? Angela é
um pouco... estúpida? Ela é retardada? Catherine virou a cabeça e encarou o marido... - Ela é tudo, menos estúpida, seu idiota. Angela é inteligente de um jeito que você e eu nunca poderemos entender".
A
obra possui duas linhas temporais. A primeira em 1979 que nos conta a trajetória
da personagem Angela que tem espectro autista e que descobre segredos que são
peças fundamentais para o desaparecimento de várias mulheres em Chicago. No
presente temos a investigadora Rory, suas peculiaridades e a necessidade de
entender a ligação entre seu pai e o acusado de matar Angela, o Ladrão.
Por
fim, duas coisas me chamaram bastante atenção na obra que são: Donlea coloca
Angela e Rory com a mesma condição do espectro autista, mostra as dificuldades
enfrentadas por ambas para lidar com pessoas situações diversas, a inteligência
das duas e a singularidade da narrativa brilhante. O segundo fato foi o
escritor citar algumas vezes na obra sobre a Cerveja Dark Lord, pois em
pesquisa vi que é uma cerveja com características peculiares, ela é vendida uma
vez por ano, em um festival chamado Dark Lord Day nos EUA e ao comprar o ticket
para o evento a pessoa tem o direito de comprar garrafas em número limitado, de
2-4 garrafas. Achei interessante Charlie citar uma cerveja rara em um contexto
de investigação criminal, segredos, personagens fortes, cenas sádicas e mentes perturbadas.
Super indico o livro para os amantes de suspense, mistério e uma boa pegada
policial.