21 junho 2019

[Resenha] | O chamado da escuridão | Warley Marins | Editora Viseu


A obra “O chamado da escuridão” é constituída por duas partes e cada uma equivale a um conto. Na primeira parte temos o Manuscrito do Sr. Adler, um erudito britânico, apaixonado por investigar o sobrenatural e ao ler uma notícia no jornal sobre uma rocha encontrada na floresta de West Air, ele decide ir atrás e descobre documentos que podem dar uma nova roupagem para a pesquisa, porém nosso personagem fica cada vez mais envolvido na teia dos mistérios de uma macabra conspiração. Já na parte 2, o pintor Dail Drake vai até Breas Village e compartilha um segredo místico e sombrio com seu colega de profissão, Ian Ballard. Ambos têm experiências sobrenaturais e eis que surge o Homem de Preto, muito alto, sem sombra, olhos brancos e brilhantes, todo vestido de preto, usando botas, luvas, sobretudo e um longo chapéu de feltro. O vilarejo sofre uma maldição e animais somem, cães choram durante a noite, um sinistro corvo assombra ainda mais os moradores.

“Eu não tenho escolha. As figuras tenebrosas não param de me visitar, Elas vêm com uma frequência terrivelmente crescente. Elas aparecem nas sombras e sussurram coisas crescentes. Elas aparecem nas sombras e sussurram coisas – coisas que eu não posso contar”.

O escritor Warley cita na obra grandes nomes da literatura mundial, como: Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe, Fernando Pessoa e outros. Podemos perceber na narrativa a forte referência de LOVECRAFT e ligação entre os contos que torna o texto precioso.

 “Agora sinto uma pesada culpa sobre os meus ombros; acho que é apenas a minha consciência querendo condenar a minha alma, pois pela primeira vez percebo que minhas experiências podem estar colocando as vidas de outras pessoas em risco”.

Marins nos apresenta uma obra muito bem escrita, com português padrão empregado, referências biográficas de alto nível e com a ambientação espetacular para expor o sobrenatural com maestria.

A segunda parte foi a que mais me chamou a atenção, pois a riqueza de detalhes me transportava para a história, como a epístola extraoficial, cartas, trechos do diário e a reprodução da gravação do fonógrafo do Sr. Hughes. O Homem de Preto, assustador com toda atmosfera sobrenatural, fecha a obra com chave de ouro. Leiam!

A edição do livro fala por si só, possui capa dura, fonte excelente para leitura e papel pólen e uma ilustração que divide os contos. Super indico para os amantes de suspense e sobrenatural. E você? Atenderia um chamado da escuridão?