24 novembro 2022

[RESENHA] O pequeno astronauta | @jeanpauleid | @editoranemo | Tradução: Renata Silveira | Páginas: 152 | Ano: 2022 | Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️



A HQ “O pequeno astronauta” é o verdadeiro show de resiliência, emoção e ensinamentos mil, pois qualquer ser humano que tenha um coração batendo no peito irá se comover!

A obra nos conta a história de como foi a chegada na família de uma criança com paralisia cerebral e quadriplegia espástica. Tom não precisa falar ou andar para cativar e fazer com que as pessoas se apaixonem por ele.

“Num silêncio ensurdecedor, meus pais ficaram imóveis, desviavam os olhares do meu. Eu não entendia o que estava acontecendo, mas achei melhor não perguntar. Então fiz como o Tom: me calei. Nesse dia, do alto dos meus não sei quantos anos, percebi que uma coisa horrível acabava de acontecer a nossa pequena família. Minhas torres gêmeas foram atingidas em cheio por um avião.”

Como é repugnante o preconceito de alguns “ditos humanos” em relação as crianças/adultos com algum tipo de deficiência. Chega a embrulhar o estômago, pois o preconceito é nojento. A saga já começa para saber o diagnóstico e depois escolas que pregam em seus sites a inclusão, empatia e proteção são as primeiras a baterem a porta na cara dos pais. Meu ranço eterno para esse tipo de ser!

“Somos a favor da integração, mas de crianças que ao menos consigam andar. Adoraria fazer um esforço, mas assim ficaríamos sobrecarregados. Entendam, não sou a Madre Teresa! As educadoras daqui não têm mais de 20 anos. Não sei se elas teriam como… Fazemos esforços, mas os outros…”

Jean-Paul Eid é um escritor que consegue balançar o leitor do prumo, estremecer a nossa base, nos tirar da nossa zona de conforto ou do mundo encantando da Alice. Ele nos mostra a vida real e o que muitas famílias enfrentam para cuidar, proteger, ajudar, amar e incluir os filhos. Eid ganhou o Prêmio da Crítica da ACBD – Associação dos Críticos e Jornalistas de Quadrinhos – do Quebec.

A história mesmo que ficcional foi inspirada na vivência do autor, pois ele tem um filho de vinte anos e com paralisia cerebral.

A Graphic Novel em questão deveria ser adaptada para as telinhas, pois ela nos ensina o real significado de amar e ser amado. O final foi tocante e meus olhos ficaram marejados (confesso que esse é o segundo livro que teve esse poder). Desejo que todas as pessoas possam ter uma Juliette no convívio diário. Que menina espetacular! A irmã que todos merecem!⁣

Eu indico a GN para todos os tipos de leitores e parabéns para @editoranemo pela qualidade gráfica impecável!

Já conhecia a obra? O que você achou da profundidade da história?