24 agosto 2021

[Resenha por @chihiro_literary] Não sou uma boa garota | @jessieannfoley | @faroeditorial | Páginas: 256 | Ano: 2021


Mia Dempsey era uma menina doce e muito inteligente, até os seus 14 anos. Mas agora com 17 ela está irreconhecível. Mal frequenta as aulas, usa todo tipo de remédio, drogas e bebidas. E às vezes até mistura tudo de uma vez. Sem contar que já se envolveu com vários parceiros, sexualmente falando. O atual é um filhinho de papai que só alimenta mais os seus vícios.

As brigas com seu pai e sua madrasta são constantes, porém chegam ao limite quando Mia dá um soco em sua madrasta e com isso é enviada para o Internato feminino Red Oak.

"Percebia que meu pai era apenas uma pessoa. Mais velha do que eu, claro, e com mais dinheiro. Mas não mais poderosa. E não havia nada que ele ou qualquer outra pessoa pudesse fazer para me impedir de fazer o que eu quisesse."

Este livro não é sobre adolescentes rebeldes, é muito mais do que isso. A história é bastante intensa e nos mostra que os adolescentes precisam de ajuda, antes que seja tarde demais.

Mia nos conta aos poucos toda a sua história, desde o assassinato da sua mãe, a criação do seu pai até a chegada de Alanna, sua madrasta. Eu acho sim, que essa mudança de personalidade da personagem foi também gerada pela relação dela com Alanna e também pelo afastamento de seu pai. Acho que por isso que passei a obra toda os odiando.

"Meu celular estava sempre tocando, vibrando e apitando. Traficantes, P.A.s, garotas grudentas, esse tipo de gente. Mas eu não tinha amigos de verdade. Éramos apenas pessoas, geralmente disponíveis umas para as outras para se meter em alguma merda. Isso era bom o suficiente para mim."

Na história também conhecemos outras "garotas problemáticas" que têm depressão, tendências suicidas, cleptomania, mitomania, obsessões e outros casos graves. E durante toda a leitura eu me perguntei sobre os pais delas. Grande parte delas vinham de famílias riquíssimas e que não davam a mínima para elas, pois só as internavam como uma forma de tirá-las de circulação. Isso é terrível! Nós precisamos cuidar de nossas crianças e adolescentes, antes que uma fatalidade ocorra.

A sensação que tive é que todas, mesmo que tivessem em uma boa instituição, estavam desamparadas emocionalmente.

"Toda vez que tento dizer sinto muito ou eu te amo as palavras se dissolvem na minha língua como pastilhas de ácido emocional."

Eu gostei muito do livro, pois a autora soube desenvolver muito bem a narrativa. E eu espero poder realizar a leitura de todos os livros dela logo. Também espero que vocês leiam a história da Mia. Eu irei adorar conversar com vocês sobre ela!