Daniel é apaixonado pela sua amiga Olívia, mas não tem coragem de revelar os seus sentimentos. E as coisas acabam ficando ainda mais complicadas quando os dois brigam e acabam percebendo que não são totalmente sinceros nessa amizade.
Para piorar, o seu amigo Ulisses conta uma mentira que faz com que ele seja demitido do seu emprego de publicidade.
Daniel é aquele típico personagem que você quer chacoalhar até ele cair na realidade. Mesmo sendo adulto, ele teve muitas atitudes infantis que poderiam ter sido facilmente resolvidas com um diálogo e posicionamento.
Senti em Olívia, que ela não sabia o que queria da vida e com isso se aproveitava do Daniel. Mesmo sendo amigos, essa amizade me pareceu muito abusiva.
“Queria o poder de consertar os erros do passado para poder abrir os olhos novamente e perceber que tudo havia mudado.”
“As duas versões de nós dois” é aquele tipo de obra que te faz pensar. Refleti muito sobre como os personagens precisavam de amor próprio e autoconhecimento. Também tirei deste livro, a lição que devemos desconfiar das pessoas, ainda mais daquelas que se dizem amigas.
A edição é belíssima, a diagramação está perfeita, com direito a frases reflexivas e lindas ilustrações. Com poucas páginas, a leitura é bem rápida e fluída, com um final aberto que me deixou pensando se teria continuação.
“Ninguém é obrigado a nada, a gente fica com os
outros pelo sentimento que a gente tem, nada mais. Quero dizer, deveria
ser assim.”
Júlio Hermann produz conteúdo literário, ministra
palestras e acredita que todo rosto pode contar uma história
interessante. Foi um dos palestrantes da Bienal Internacional do Livro
de São Paulo, em 2018.
Vocês já leram alguma obra do Julio? Me contem!