21 outubro 2020

[Resenha] A casa holandesa | Ann Patchett | Intrínseca

A obra “A casa holandesa” nos conta a história da família de Cyril Conroy, que após a Segunda Guerra Mundial, entra no ramo imobiliário e cria um negócio que se tornará um império. A família irá da pobreza a uma vida de opulência, porém algo que seria uma surpresa maravilhosa para a esposa acaba desencadeando o esfacelamento de toda a estrutura familiar. O que será que houve de tão grave?

A escritora Ann Patchett foi uma grata surpresa, pois foi uma das histórias que conquistou o meu coração durante 2020. Que narrativa grandiosa, rica, ambientação perfeita e que dá muita vontade de estar dentro da Casa Holandesa. Que lugar incrível!

A história é narrada pelo Danny, filho de Cyril. Ele e sua irmã Maeve são expulsos pela madrasta da casa onde cresceram e voltam para a pobreza. A relação entre eles é especial e contam apenas um com o outro.

"Existem momentos na vida em que damos um salto, e o passado que nos sustentava até então sai de trás de nós e o futuro onde pretendíamos aterrissar ainda não está em seu lugar, e por um instante ficamos suspensos, sem reconhecer nada nem ninguém, nem a nós mesmos.”

Gente, que raiva da madrasta, pois tudo que ela podia fazer para infernizar a vida dos irmãos, ela fazia. Ranço eterno! Os personagens são ótimos, distintos, fortes e cheios de histórias de vida, por exemplo, Maeve é autoconfiante e muito franca; a personagem Fofinha é a minha preferida! Que poço de doçura emana dela!

“Olhamos para o passado pela lente do que sabemos agora, então não o vemos como a pessoa que éramos, vemos com os olhos das pessoas que somos hoje, o que significa que o passado foi radicalmente alterado."

Os temas abordados no livro são densos, como: abandono, conflitos familiares, mágoas, herança, fraternidade, amizade, amor, lembranças e perdão. Deixar de lado o rancor não é tarefa fácil, mas às vezes é necessário para o nosso amadurecimento. E os personagens evoluem mesmo não sendo nada fácil superar o passado.

“Eu sentia a casa inteira sentada sobre mim como uma concha que teria de carregar pelo resto da vida.”

Por fim, indico a obra com louvor, pois cada detalhe da história marca o coração, as reviravoltas são excelentes, os personagens marcantes e ver o destino agindo é algo sublime. Leiam!