Valerie
descobre que seu avô está vivo aos vinte anos e essa informação a choca, pois
ela sempre pensou que não tinha uma família. Ela cresceu achando que foi dada para
"Tia" Amélie, com três anos de idade, porque não a queriam. Ao saber
que tem um parente vivo, a moça decide que precisa conhecê-lo e descobrir quem
eram os seus pais e o que acontecerá com eles.
Assim,
ela viaja de Londres para Paris, com uma identidade falsa para se aproximar do
seu avô e descobrir a história de sua família.
"Apenas
mais uma vítima da guerra, imagino. O que muitos homens não perceberam depois
de travar todas as guerras é que, no fim, não existem vencedores de verdade,
não mesmo: existem apenas vítimas, e elas continuam aparecendo muito tempo
depois da guerra. Eu tinha por volta de 20 anos quando descobri que minha
família ainda estava viva. Bom, um membro estava, seja como for."
Esse
é daqueles livros que nos tocam. Ele não vai te fazer chorar, mas vai te deixar
triste e te fazer refletir sobre a vida. Valerie vai descobrir no seu passado
toda a dor da guerra, tudo o que sua família passou nas mãos dos nazistas e
também que ela foi uma vítima sem nem mesmo saber o motivo.
"Não
estou indo até lá para ter um grande encontro ou para substituir quem eu tenho.
Adoro meus tios, minha vida em Londres. Estou indo por mim. Quero respostas,
Freddy, quero saber o que eles esconderam de mim a vida toda, e por que."
Essa
obra aborda tudo os que os Parisienses passaram na ocupação nazista. Toda a
discriminação, segregação, violência que eles sofreram ou que viram vizinhos e
amigos sofrerem. É triste você ler e pensar que é real, que isso realmente
aconteceu, então fica aquele bolo na garganta, aquela sensação de desamparo. E
o pior é que eles sofreram até mesmo depois da desocupação.
Apesar
de toda tristeza da guerra eu achei linda a mensagem de amor que a autora
passou. A construção do relacionamento de Valerie e seu avô Vincent é muito
bonita e comovente. Acontece tão naturalmente que percebemos que um era tudo o
que o outro precisava. E ver os dois juntos depois de tantos anos separados por
causa da guerra acalenta o coração.
Essa
é uma obra realmente linda, que conquista o leitor já nas primeiras páginas. Eu
amo livros com essa temática e esse me fez ficar pensativa, e com o sentimento de
que sou muito feliz por ter a família que tenho. E você já agradeceu pela sua
família e por estarem juntos?
Lily
Graham cresceu na África do Sul e era jornalista até os 30 anos quando terminou
de escrever uma primeira história. A autora começou escrevendo livros infantis,
mas quando sua mãe foi diagnosticada com câncer, ela escreveu uma história para
lidar com o medo e a dor pela qual estava passando. O seu primeiro livro, um
romance de ficção para mulheres, foi publicado em 2016.