A
obra “Românticos incuráveis” aborda as experiências vividas por pacientes que
ultrapassaram a barreira da normalidade no consultório de um psicoterapeuta. Algumas
pesquisas científicas nos mostram que quando o assunto é ‘estado de amor’
perdemos o limite do que é certo ou errado. Frank nos apresenta 12 histórias
distintas, como: da mulher que se apaixonou perdidamente pelo seu dentista e o
perseguiu até que ele precisou mudar de país; ao rico empresário, casado há
mais de 30 anos, que gastou toda sua fortuna com mais de 3 mil prostitutas; à
linda garota com um ciúme tão doentio que afastou todos os homens da sua vida;
e muitos outros casos.
Frank
Tallis é especializado em transtornos obsessivos e abrilhanta a obra com sua
vasta experiência em atender pessoas totalmente diferentes. O autor consegue
passar de uma forma bem direta como os personagens se sentem ao contar sobre os
problemas vividos, porém na busca das
soluções eu achei a narrativa falha.
Por
se tratar de um livro de não ficção podemos verificar que as pessoas enlouquecidas
de amor são mais reais do que pensamos. Deitadas sobre o divã inúmeras histórias
são contadas e algumas totalmente distorcidas da realidade.
Tallis
colocou muitas explicações técnicas e creio que acabou não dando o real enfoque
aos pacientes dentro do consultório. Eu esperava que todas as histórias fossem
atreladas dentro do que ocorria na relação terapeuta/paciente, mas as inúmeras informações
adicionais quebrou o romance no que tange a parte terapêutica, como por
exemplo, ao citar religião e termos usados por médicos (psiquiatras e neuros).
“A
vida é um empreendimento precário e o amor é seu ingrediente essencial. À
medida que envelheço, acho salutar lembrar a mim mesmo desses truísmos com
regularidade cada vez maior. Nós humanos, parece-me, tendemos a nos esquecer do
óbvio.”
Os
temas abordados são fortes como: obsessão, delírios, compulsão, toc, loucura, ciúmes,
desinibição e outros. Infelizmente, algumas histórias relatadas por pior que
fossem chegaram a ser engraçadas e outras totalmente repulsivas, porém quem
somos nós para julgar os mistérios da mente humana?
Apesar
de o livro ser sobre um tema que eu amo e também pela minha formação, não fluiu
como eu gostaria. Claro que não é possível um terapeuta contar em 12 capítulos
as histórias vivenciadas por ele, mas senti falta das soluções ou andamentos
delas. Então, leia e tire as suas conclusões, pois loucos todos somos um pouco
em algum momento da vida. Não acha?