A obra “O farol e a tempestade” nos conta a
história do autor best-seller Samuel Jones que vive recluso em uma remota ilha
do Atlântico Norte. Ele se fechou para o mundo após perder a família em um
acidente. Porém, o seu exílio é quebrado quando uma bola de fogo risca os céus
diante de seus olhos no meio de uma tempestade. A fotógrafa nova-iorquina Anne
Crawford sobrevive ao desastre aéreo e é resgatada justamente pelo escritor,
quebrando a solidão da Ilha Farethon e de seu farol secular. Corações
despedaçados e vidas seladas por tragédias marcam os personagens.
Primeiramente, sou suspeita para falar da
obra, mas precisamente devido ao fato que foi uma das melhores leituras que fiz
em 2019. O escritor Romulo Felippe consegue mexer com todas as emoções do
leitor e quando você pensa que algo não pode ficar pior, fica!
O livro já começa com uma alta carga
emocional e nos mostra que nada está 100% resolvido, pois em milésimos de
segundos é possível transformar a treva em uma linda luz.
“Anne cai de joelhos na areia esbranquiçada,
com as mãos comprimindo a testa e lágrimas inundando seus olhos tão azuis
quanto o próprio mar caribenho. Antes de gritar, solta um gemido não pela
enxaqueca, mas por não se lembrar de absolutamente nada em sua vida. Esse bloqueio
de informações torna sua mente uma caixa vazia e inútil. Sam a segura pelos braços,
acudindo-a em um momento de desespero.”
Com a chegada de Anne na ilha de forma nada convencional,
o escritor Samuel vai lentamente se soltando e vão aprendendo juntos a colarem
os cacos que restaram dos corações quebrados. Paralelamente, a história do
casal na Ilha Farethon, o pai de Anne com a equipe de busca procura desesperadamente
por ela junto ao ex-marido.
Eu não posso contar muito sobre a narrativa
para não dar spoilers, mas afirmo categoricamente que as reviravoltas são de
causar arrepios, espanto e para alguns lágrimas irão cair.
Por fim, fiquei apaixonada pela escrita do
autor, pela ambientação da obra, pelo gato Charles e por toda a narrativa
envolvente. Por várias vezes desejei estar na Ilha Farethon ou dentro do Farol.
O romance nos ensina a ter fé, resgatar a esperança, se libertar de amarras do
passado e caminhar rumo à luz. A lição principal que tiro com a leitura é que
todos nós não somos donos do destino e que quando o Universo conspira só nos
resta aguardar o ato final. A Novo Conceito está de parabéns pela linda capa,
diagramação impecável, ilustrações maravilhosas e fonte excelente para a
leitura. Eu escolho seguir rumo ao Farol e você o que faria se a vida lhe desse
uma segunda chance?