A obra “Silenciadas” aborda um estupro ocorrido
quinze anos atrás, um atropelamento e o caso de um aparente duplo suicídio. Fredrika Bergman em conjunto com a equipe de investigação de
Alex Recht, é encarregada de casos aparentemente distintos. Casos desconexos, imigração
ilegal, rede de contrabando de pessoas e segredos antigos formam a teia da
história.
“Silenciadas” é o segundo volume que pertence a série
Fredrika Bergman e mostra que além dos casos desconexos a equipe quase toda
enfrenta no momento problemas de ordem pessoal, como: Fredrika está grávida e
na reta final da gravidez passando muito mal, Peder se divorciou, Alex crê que
sua esposa está escondendo um grave segredo e Joar Sahlin um homem misterioso e
observador, e causa desconfiança no colega Peder.
Eu nunca havia lido nada da escritora Kristina Ohlsson e gostei
bastante da forma na qual ela construiu a história de Fredrika e da equipe de
investigação, pois não temos o foco em apenas um investigador e sim no trabalho
de cada um perante a estratégia traçada. Também gostei da história se passar em
Estocolmo e Tailândia. Geralmente as histórias policiais são ambientadas nos
Estados Unidos, Irlanda e Inglaterra.
"Dez
minutos depois, quando passou pelo controle de imigração e conseguiu entrar no
país, o pensamento lhe voltou à mente. A partir daquele ponto, só havia um
caminho adiante: o caminho que o levaria para longe da vida que agora, mais do
que nunca, ele sabia ter deixado para trás, para sempre".
Ohlsson tem uma narrativa intensa e não tão fácil devido às
passagens temporais, porém todas interligadas e que faz com que os leitores
mergulhem em cada detalhe da história.
A obra nos leva a questionar a atuação da Igreja, a imigração
ilegal e a violência sexual que são fundamentais no desenrolar neste thriller.
Serve de alerta também sobre o contrabando humano e imigração ilegal, pois é de
suma importância não cair em golpes, em promessas mentirosas de uma vida melhor
em outros países e em policiais sujos e corruptos. O protagonismo feminino também
é um ponto chave na narrativa e saber que a escritora é cientista política e
ex-analista estratégica de segurança da Polícia Nacional da Suécia e trabalha
como agente contra o terrorismo dá uma grande veracidade para a obra. Vocês
conhecem a autora e a obra? O que acharam?