09 setembro 2019

[Resenha] | Silenciadas | Kristina Ohlsson | Gutenberg



A obra “Silenciadas” aborda um estupro ocorrido quinze anos atrás, um atropelamento e o caso de um aparente duplo suicídio. Fredrika Bergman em conjunto com a equipe de investigação de Alex Recht, é encarregada de casos aparentemente distintos. Casos desconexos, imigração ilegal, rede de contrabando de pessoas e segredos antigos formam a teia da história.

“Silenciadas” é o segundo volume que pertence a série Fredrika Bergman e mostra que além dos casos desconexos a equipe quase toda enfrenta no momento problemas de ordem pessoal, como: Fredrika está grávida e na reta final da gravidez passando muito mal, Peder se divorciou, Alex crê que sua esposa está escondendo um grave segredo e Joar Sahlin um homem misterioso e observador, e causa desconfiança no colega Peder.

Eu nunca havia lido nada da escritora Kristina Ohlsson e gostei bastante da forma na qual ela construiu a história de Fredrika e da equipe de investigação, pois não temos o foco em apenas um investigador e sim no trabalho de cada um perante a estratégia traçada. Também gostei da história se passar em Estocolmo e Tailândia. Geralmente as histórias policiais são ambientadas nos Estados Unidos, Irlanda e Inglaterra.

"Dez minutos depois, quando passou pelo controle de imigração e conseguiu entrar no país, o pensamento lhe voltou à mente. A partir daquele ponto, só havia um caminho adiante: o caminho que o levaria para longe da vida que agora, mais do que nunca, ele sabia ter deixado para trás, para sempre".

Ohlsson tem uma narrativa intensa e não tão fácil devido às passagens temporais, porém todas interligadas e que faz com que os leitores mergulhem em cada detalhe da história.

A obra nos leva a questionar a atuação da Igreja, a imigração ilegal e a violência sexual que são fundamentais no desenrolar neste thriller. Serve de alerta também sobre o contrabando humano e imigração ilegal, pois é de suma importância não cair em golpes, em promessas mentirosas de uma vida melhor em outros países e em policiais sujos e corruptos. O protagonismo feminino também é um ponto chave na narrativa e saber que a escritora é cientista política e ex-analista estratégica de segurança da Polícia Nacional da Suécia e trabalha como agente contra o terrorismo dá uma grande veracidade para a obra. Vocês conhecem a autora e a obra? O que acharam?