25 julho 2019

[Resenha] | A gangue dos sonhos | Luca Di Fulvio | Vestígio



No romance “A gangue dos sonhos” o escritor Luca Di Fulvio nos apresenta a italiana Cetta Luminita, nos tumultuados anos 20 em Nova York. Após sofrer muito com a vida que levava a jovem, busca por dias melhores com o seu filho Christmas. Na metrópole o rádio está nascendo e o cinema começa a dar voz aos personagens. Christmas vai crescer entre gangues rivais, em um ambiente de pobreza e violência, porém a sua imaginação e a sua coragem são armas que ele utiliza para sobreviver e lutar diariamente em busca do seu lugar ao sol.

A obra é dividida em duas partes, com 70 capítulos ao total e quase 600 páginas de pura emoção. Ter a infância roubada da pior forma possível é algo devastador e não é fácil de digerir, mas Cetta teve uma força emocional gigante e o grande sonho de ser feliz. E Christmas cresceu com a esperança de uma nova existência.

“Christmas tinha crescido, ficado alto. E forte. Tinha uma cicatriz recente logo abaixo do olho esquerdo. E uma barba rala e malfeita aloirava suas bochechas. Usava um terno que muitos não teriam condições de comprar, porém amarrotado e sujo. No bolso direito, um canivete. No olhar, uma luz apagada, como que adormecida.”

Luca nos presenteia com um enredo maravilhoso, com os personagens bem distintos, muitas reviravoltas, encontros e desencontros. Foi o meu primeiro contato com a escrita do autor e posso dizer que foi surpreendente.

Durante a leitura por mais pesada que pareça ser pude sorrir com algumas passagens icônicas de humor. A obra retrata violência, estupro, prostituição, amor, amizade, superação, desprezo, preconceito, sucesso e esperança.

Di Fulvio singularmente nos leva a refletir sobre o que é ter a infância roubada, ser subjugado, a luta para vencer o racismo, a disparidade social e o ápice que é manter a integridade e gritar aos 4 ventos: EU VENCI!

Você conhecia a obra? O que acha de uma história que se desenrola  como um filme e que o aplauso final será o seu sorriso?