No romance “A gangue dos sonhos” o escritor Luca Di
Fulvio nos apresenta a italiana Cetta Luminita, nos tumultuados anos 20 em Nova
York. Após sofrer muito com a vida que levava a jovem, busca por dias melhores
com o seu filho Christmas. Na metrópole o rádio está nascendo e o cinema começa
a dar voz aos personagens. Christmas vai crescer entre gangues rivais, em um
ambiente de pobreza e violência, porém a sua imaginação e a sua coragem são
armas que ele utiliza para sobreviver e lutar diariamente em busca do seu lugar
ao sol.
A obra é dividida em duas partes, com 70 capítulos
ao total e quase 600 páginas de pura emoção. Ter a infância roubada da pior
forma possível é algo devastador e não é fácil de digerir, mas Cetta teve uma
força emocional gigante e o grande sonho de ser feliz. E Christmas cresceu com
a esperança de uma nova existência.
“Christmas tinha crescido, ficado alto. E forte.
Tinha uma cicatriz recente logo abaixo do olho esquerdo. E uma barba rala e
malfeita aloirava suas bochechas. Usava um terno que muitos não teriam condições
de comprar, porém amarrotado e sujo. No bolso direito, um canivete. No olhar,
uma luz apagada, como que adormecida.”
Luca nos presenteia com um enredo maravilhoso, com
os personagens bem distintos, muitas reviravoltas, encontros e desencontros.
Foi o meu primeiro contato com a escrita do autor e posso dizer que foi
surpreendente.
Durante a leitura por mais pesada que pareça ser
pude sorrir com algumas passagens icônicas de humor. A obra retrata violência,
estupro, prostituição, amor, amizade, superação, desprezo, preconceito, sucesso
e esperança.
Di Fulvio singularmente nos leva a refletir sobre o
que é ter a infância roubada, ser subjugado, a luta para vencer o racismo, a
disparidade social e o ápice que é manter a integridade e gritar aos 4 ventos:
EU VENCI!
Você conhecia a obra? O que acha de uma história que
se desenrola como um filme e que o
aplauso final será o seu sorriso?